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cida santos

 

11/11/2011 - 11h32

Outro sufoco e o drama das ponteiras brasileiras

DE SÃO PAULO

Mais um jogo difícil e complicado do Brasil na Copa do Mundo de vôlei, no Japão. A diferença é que desta vez contra a China, a seleção começou dando show. As atacantes Mari e Sheilla, muito irregulares nas últimas partidas, estavam jogando bem. O time chegou a abrir uma vantagem de 16 a 8. Parecia que a vitória viria fácil. Engano. No segundo e terceiro set, os problemas voltaram: Mari e Sheilla perderam a eficiência no ataque, passaram a errar muitas bolas. Para complicar, dificuldades na recepção. Resultado: novo drama e uma vitória brasileira por 3 sets a 2 (25-23, 25-27, 21-25, 25-20 e 17-15). O time vai ter pouco tempo para descansar. Nesta sexta-feira, à meia-noite, já pega a Itália, líder e única invicta. E dá-lhe pressão. O Brasil precisa ganhar para não complicar as chances de classificação para os Jogos de Londres. Só os três primeiros garantem vaga. Se o torneio terminasse hoje, estaria desclassificado porque está em quinto lugar.

Vale destacar as atuações da central Fabiana, da ponteira Paula Pequeno e da levantadora Fabíola contra a China. Fabiana foi um paredão na rede. Marcou 7 dos 19 pontos de bloqueio da seleção e foi eleita a melhor jogadora da partida. Fabiana também fez 19 pontos, uma pontuação admirável para uma central. A Paula está recuperando a velha e boa forma: ela não jogava tão bem desde os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Com Mari e Sheilla irregulares, ela tem segurado e muito bem a onda no ataque. Foi a maior pontuadora do jogo com 21 pontos. Já a Fabíola, que mais uma vez começou o torneio na reserva e ganhou a posição da Dani Lins, foi ousada. Mesmo sem ter o passe na mão, arriscou bolas de velocidade e soube explorar a boa fase da Paula.

O drama brasileiro está na ponta da rede. Jaqueline, que tem um fundo de quadra bem eficiente, nem viajou para disputar a Copa do Mundo. Sofreu uma fratura cervical nos Jogos Pan-Americanos e foi cortada. A outra opção, a Fernanda Garay, machucou o tornozelo e não está ficando nem no banco. Restam Mari, Sassá e, acredite, a líbero Camila Brait, improvisada como ponteira para fazer o fundo da quadra e sacar. O problema é que a Mari não está jogando bem. Sem ela, tudo fica bem complicado. No segundo e terceiro set, o técnico José Roberto Guimarães substituiu a Mari pela Sassá só no fundo da quadra para dar mais qualidade no passe. Mas a Mari também estava errando muito no ataque. No final do terceiro set, por exemplo, desperdiçou duas bolas seguidas que vieram de graça na rede. Ela quis bater de primeira, as chinesas defenderam e fizeram o ponto. Logo depois, mais um erro de Mari e a China fechou o set. No quarto set, Zé Roberto perdeu a paciência. Tirou a Mari, de 1,88 m, da rede e colocou a "baixinha" Sassá, 1,79m, para atacar e bloquear. Deu certo. Sassá jogou bem, deu menos prejuízo que a Mari e foi titular no quinto set.

Outra craque que não anda nos seus melhores dias é a oposto Sheilla. No primeiro set, ela jogou muita bola. Fez a diferença. Já no terceiro set, ela nem pontuou. Sumiu do jogo. Complicado. Sheilla também está com dificuldade para atacar do fundo. Tem pisado demais na linha e o Brasil está usando pouco essa jogada. Resultado: as atacantes que estão na rede ficam mais sobrecarregadas. O bom é que tanto contra a Sérvia como contra a China, Sheilla voltou a acertar a mão nos momentos decisivos do quarto e do quinto set. Ela terminou a partida com 18 pontos, foi a terceira maior pontuadora da seleção.

Nos outros jogos da rodada, a boa para o Brasil foi que o Japão perdeu da Sérvia por 3 sets a 0 (25/22, 25/20 e 25/21). Com esse resultado, o Brasil ficou em quinto lugar. Se as japonesas ganhassem, a seleção brasileira cairia para sexto. Nas outras partidas, nenhuma surpresa. A líder Itália venceu a Coreia do Sul por 3 sets a 0 (25/15, 25/12 e 25/17). Os Estados Unidos, donos da segunda melhor campanha, passaram fácil pela Argentina por 3 sets a 0 (25/12, 25/15 e 25/19). A Alemanha, terceira colocada, pegou moleza e marcou 3 sets a 0 na Argélia ( 25/10, 25/8 e 25/19). A República Dominicana derrotou o Quênia por 3 sets a 1 ( 25/18, 25/14, 26/28 e 25/19).

cida santos

Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.

 

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