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cida santos
A primeira derrota e o saque italiano
DE SÃO PAULO
A seleção brasileira não estava em um dos seus melhores dias e, para complicar, a Itália apostou suas fichas no saque e teve sucesso. Resultado: depois de uma batalha de pouco mais de duas horas, o Brasil sofreu sua primeira derrota na Copa do Mundo de Vôlei. Perdeu dos italianos por 3 sets a 2 (25/16, 20/25, 18/25, 25/21 e 22/20). O que mais impressionou nesse jogo foi o primeiro set da Itália. O time beirou a perfeição no saque e dificultou muito a recepção brasileira. Até o ponteiro Dante, que se recupera de uma lesão no abdômen e nem ficou no banco, mostrou espanto no Twitter com a atuação dos adversários: "Os caras não vão sacar assim o tempo inteiro. Não é possível".
Dante tinha razão. Eles não repetiram o desempenho do primeiro set no saque, mas nas estatísticas os números impressionam. A Itália marcou 9 aces e 16 pontos de saque. Apesar disso, quem foi eleito o melhor jogador da partida foi o líbero Andrea Giovi, que não pode sacar e nem bloquear.
Na verdade, o jogo nem foi tecnicamente tão bom. As duas equipes erraram muito. O Brasil cometeu 33 erros e a Itália 36. É muita coisa. A seleção brasileira teve outros problemas. Ao contrário dos adversários, não conseguiu um saque tão eficiente e isso complicou o bloqueio. Também teve dificuldades para marcar o oposto canhoto Michal Lasko, o maior pontuador da partida com 27 pontos. O ponteiro Murilo, sempre tão regular, também jogou bem abaixo do que poderia. O destaque mesmo foi o Sidão: foi o mais eficiente do time no saque, no bloqueio e no ataque. Recebeu 21 bolas, colocou 12 no chão. Foi o maior pontuador da seleção com 17 pontos.
A base da equipe, comandada pelo técnico Bernardinho, foi o levantador Marlon e o oposto Leandro Vissotto; os ponteiros Giba e Murilo; os centrais Lucas e Sidão; e o líbero Escadinha. Na Itália, o técnico Mauro Berruto deu uma boa solução para a equipe: deslocou Fei, que nas últimas temporadas atuou como oposto, para o meio de rede e apostou em Lasko para a saída. A equipe ficou mais forte no bloqueio e no ataque. Os dois foram os melhores bloqueadores do time: Lasko fez sete pontos nesse fundamento e o Fei três.
Em um torneio de pontos corridos com todo mundo se enfrentando, derrota sempre complica muito a situação das equipes, mas pelo menos o Brasil perdeu por 3 sets a 2 e ganhou um ponto. Caiu da liderança para o terceiro lugar e soma sete pontos. Os únicos invictos são os russos e os poloneses com nove. Detalhe: os três primeiros colocados se classificam para os Jogos Olímpicos de Londres.
O próximo jogo do Brasil também será complicado. Vai enfrentar a Rússia nesta quinta-feira, às 4h da madrugada. Os gigantes russos estão com uma campanha respeitável. Na primeira rodada, derrotaram a Itália por 3 sets a 1, depois passaram pela fraquinha China por 3 a 0 e nesta terça-feira arrasaram os Estados Unidos por 3 sets a 0 (25/18, 25/18 e 26/24). O que fez a diferença no jogo foi o poder do ataque dos russos. Marcaram 43 pontos nesse fundamento contra 28 americanos. O bloqueio também foi decisivo: 14 pontos contra nove.
Nos outros jogos da rodada, a surpresa foi a derrota da Sérvia para o Irã por 3 sets a 2 (25/17, 18/25, 21/25, 25/21 e 15/11). Os sérvios são a grande decepção. Perderam os três jogos que disputaram e são vice-lanterninhas do torneio. Já os argentinos não conseguiram manter a invencibilidade. Perderam da invicta Polônia por 3 sets a 1 (18/25, 25/20, 25/23 e 25/22). Nas outras partidas, Cuba passou pelo Japão por 3 sets a 0 (25/21, 25/23 e 25/22) e o Egito superou a China também por 3 a 0 (25/20, 25/20 e 25/18).
Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.
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