A derrota do Brasil e a marmelada sérvia

Agora complicou. O Brasil sofreu a terceira derrota e já não está entre os três primeiros colocados da Copa do Mundo. Está fora da zona de classificação para os Jogos de Londres. Caiu para o quarto lugar com 16 pontos, atrás da líder Polônia, com 22, da Rússia, com 21, e da Itália, com 17. Mas calma: nem tudo está perdido. Ainda faltam três rodadas.

Os poloneses jogam contra os russos e os italianos. Esse trio vai perder alguns pontos. E para melhorar um pouco, o Brasil ainda enfrentará a Polônia, mas terá que vencer. Aí começa a preocupação: se jogar como atuou nesta terça-feira contra a Sérvia, vai ser difícil. O saque não funcionou, o time errou muito (32 erros no total) e estava sem tranquilidade na armação das jogadas e nos contra-ataques. Resultado: derrota por 3 sets a 1 (25/27, 25/20, 20/25 e 22/25).

Depois do jogo, a grande discussão foi sobre a marmelada dos sérvios. O time teve um mau começo na Copa do Mundo, não tinha mais condições de conquistar uma das três vagas olímpicas e passou então a mirar outro objetivo: esvaziar o Pré-Olímpico Europeu de seus principais concorrentes. Poupou os principais jogadores contra a Rússia, Itália e logicamente perdeu. Contra o Brasil colocou titulares como Ivan Miljkovic, o maior pontuador do jogo com 22 jogos, e o central Marko Podrascanin. Não por acaso, os sérvios comemoraram muito a vitória sobre o Brasil. Além do resultado do jogo, estão conseguindo a meta deles: se o torneio terminasse hoje, os classificados para os Jogos de Londres seriam Polônia, Rússia e Itália. A Sérvia estaria com o caminho mais livre para garantir a vaga no Pré-Olímpico, em maio.

O lamentável é que ultimamente sempre aparece uma brecha para a marmelada e isso prejudica muito a qualidade dos torneios. No ano passado, no Mundial da Itália, o Brasil foi um dos alvos da polêmica ao escalar um time reserva e sem um levantador contra a Bulgária. Com a derrota, caiu em uma chave mais fácil. Desta vez é a Sérvia e o prejudicado está sendo o Brasil.

Mas enfim, se a seleção tivesse vencido os sérvios teria anulado a estratégia dos adversários. A questão é que o Brasil também está com problemas. O time parece ter desandado depois do jogo contra a até então lanterninha China. Com o objetivo de descansar os titulares, a seleção jogou com os reservas e quase perdeu dos chineses. Um jogo que a seleção poderia ganhar três pontos ganhou só dois porque venceu por 3 sets a 2. Depois disso, só problemas: contra a Argentina, foi a vez do bate-boca do líbero Escadinha com o técnico Bernardinho. Na sequência, duas derrotas: contra Cuba e Sérvia. A seleção tem que aproveitar agora os dois dias de folga, acalmar um pouco e se preparar para conseguir três vitórias contra Irã, Polônia e Japão.

Nas outras partidas da rodada, Cuba não conseguiu passar pela Rússia. Perdeu por 3 sets a 1 (25/23, 25/27, 25/18 e 25/12). A Itália venceu a Argentina por 3 sets a 1 (34/36, 25/20, 25/19 e 25/20). A líder Polônia derrotou o Egito por 3 a 0 (25/21, 26/24 e 25/21). Os Estados Unidos ganharam do Japão: 3 sets a 0 (39/37, 25/16 e 25/15).