Brasil vence e continua na briga pela vaga

A luta continua. O Brasil virou um jogo que parecia perdido contra os poloneses e permanece na briga pela última vaga olímpica em disputa na Copa do Mundo de Vôlei. As outras duas já têm donos: Polônia e Rússia. Uma derrota tiraria as chances brasileiras. Foi um sofrimento. Nos dois primeiros sets, a seleção teve problemas com a recepção e errou muitos saques. O narrador do canal Sportv, Sérgio Maurício, chegou até a estressar no segundo set: "Eu não aguento mais tanto erro de saque". Ele tinha razão. Foram 19 erros de saque. Quando tudo parecia perdido, a história mudou com a entrada do levantador Bruno. O Brasil perdia por dois sets e tinha desvantagem de 13 a 8 no terceiro set. Bruno deu novo ânimo ao time e, acredite, bloqueou mu ito e atacou. A vitória foi por 3 sets a 2 (18/25, 21/25, 25/18, 25/19 e 15/12).

Bruno foi eleito, com merecimento, o melhor jogador da partida. Vale destacar também a atuação do oposto Leandro Vissotto, o maior pontuador da seleção com 23 pontos. Só não foi o maior pontuador do jogo porque o oposto Bartman, da Polônia, fez 26 pontos. Vissotto atuou, principalmente nos três últimos sets, como um verdadeiro oposto. Aquele que resolve naqueles momentos em que o passe não sai. Ele teve um belo aproveitamento: bateu 29 bolas e colocou 21 no chão.

Ok, a vitória foi importante, sofrida, bacana, mas todo mundo sabe que o Brasil não está jogando bem e o placar também não foi o ideal. Uma vitória por 3 sets a 2 rende apenas dois pontos. Por 3 sets a 1 ou 3 sets a 0, vale três pontos. Ou seja, o Brasil agora está em terceiro lugar com 21 pontos, a mesma pontuação da Itália, a quarta colocada. A diferença está na média dos sets ganhos divididos pelos perdidos. O Brasil ganhou 26 sets e perdeu 14. A Itália tem 25 ganhos e 14 perdidos. Ou seja, se a seleção brasileira vencer o Japão neste domingo, às 7h20, por 3 sets a 0 nem precisa fazer conta. Já se classifica para a Olimpíada. A Itália vai enfrentar o Irã. É a favorita, mas tem um detalhe importan te: o técnico do Irã, Julio Velasco, conhece bem os italianos e pode complicar o jogo. Foi técnico da seleção italiana nos anos 90 e trabalhou muitos anos em clubes daquele país.

Agora é esperar que a partida contra o Japão não se transforme também em um drama. Afinal, os japoneses estão com uma campanha bem fraquinha: em oito jogos, só conseguiram duas vitórias. A última derrota foi neste sábado para a Itália por 3 sets a 0 (25/22, 26/24 e 25/22). O que preocupa no Brasil são os erros de saque e a instabilidade no passe. Alguns jogadores também estão jogando abaixo do que podem. A novidade contra a Polônia foi a volta do ponteiro Dante, recuperado de uma lesão no abdômen. Ele começou no banco, mas entrou no segundo set no lugar do Murilo e não saiu mais da quadra. No terceiro set, o Murilo voltou para o jogo, mas na vaga do Giba. A base do time foi o levantador Marlon e oposto Vi ssotto; os ponteiros Giba e Murilo; os centrais Sidão e Lucas; e o líbero Escadinha.

O jogão da última rodada neste domingo será entre Polônia e Rússia, que vale o título da Copa do Mundo. A Rússia só perdeu uma partida para o Brasil e lidera a competição com 27 pontos. A Polônia tem duas derrotas (para Irã e Brasil) e soma 25 pontos.

Nos outros resultados da rodada deste sábado nenhuma surpresa: a Rússia ganhou do Irã por 3 sets a 0 (31/29, 25/21 e 25/18). A Sérvia passou pela China por 3 sets a 1 (24/26, 25/18, 25/19 e 25/12). A Argentina derrotou o Egito por 3 a 0 (25/20, 25/21 e 25/17). Os Estados Unidos sofreram bem mais para vencerem Cuba por 3 sets a 2 (25/20, 14/25, 25/18, 22/25 e 15/11). Cuba está em quinto lugar na classificação geral com 17 pontos, seguida por EUA, com 16, Argentina, com 13, Irã, 12, Sérvia, 12, Japão, 8, China, 5, e Egito, 3.