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cida santos

 

04/12/2011 - 12h18

Ufa! Brasil conseguiu a vaga olímpica

Fim do sofrimento: o Brasil conseguiu uma vaga para os Jogos de Londres. A seleção teve uma participação irregular na Copa do Mundo de Vôlei, mostrou problemas de relacionamento com bate-boca entre jogador e técnico, mas tem o que comemorar: cumpriu seu objetivo. A classificação para a Olimpíada não veio fácil. Uma situação nova para um time com histórico de vitórias e que teve um ano sem um grande título. A vaga foi decidida no critério de desempate com a Itália, a quarta colocada. Neste domingo, na última rodada, só podia perder um set contra o Japão, já que os italianos tinham vencido o Irã por 3 sets a 1. Apesar de alguns sustos no segundo set, o time brasileiro ganhou por 3 a 0 (25/21, 25/19 e 25/22).

O momento mais preocupante foi no segundo set: o Brasil estava perdendo por 16 a 11. O time tinha dificuldades para marcar o canhoto Kunihiro Shimizu. A virada aconteceu quando o ponteiro Giba foi para o saque. Naquele momento, a desvantagem já era menor: 17/19. Foram oito saques seguidos do Giba e o Brasil fechou a parcial. O central Sidão foi eleito o melhor jogador em quadra, mas Giba também merecia esse prêmio. Ele fez uma defesa espetacular no segundo set: o bloqueio abriu e ele ficou sozinho com o atacante do Japão. Sidão foi também o maior pontuador do jogo junto com o Shimizu, os dois marcaram 15 pontos. O Giba fez 13.

A novidade no jogo contra o Japão foi a volta do levantador Bruno ao time titular, o herói da vitória no dia anterior contra a Polônia. Esse talvez seja um dos problemas da seleção: a falta de definição sobre quem é o titular, Bruno ou Marlon? É ruim para o time e para os levantadores, que devem ficar inseguros. Neste torneio, Marlon começou jogando em todas as partidas, menos na última. Fica a pergunta: quem é o atual titular? A base da equipe teve também os ponteiros Giba e Murilo; os centrais Sidão e Lucas; o oposto Leandro Vissotto e o líbero Escadinha.

A atuação do Brasil contra o Japão foi mais animadora: o time teve um passe melhor e voltou a jogar com mais velocidade. Vale lembrar que a Copa do Mundo é um torneio muito desgastante: são onze jogos em 15 dias, com quatro viagens para a mudança de sedes. Não é fácil. Precisa estar muito bem física e psicologicamente para o time não dar uma caída.

Para quem acompanha a era vitoriosa do técnico Bernardinho na seleção, não dá para deixar de se preocupar com a discussão entre o líbero Escadinha e o técnico no jogo contra a Argentina e as atuações do time. Passe irregular, muitos erros de saque e jogadores com muitos altos e baixos ao longo da competição. O oposto Leandro Vissotto, por exemplo, jogou bem na Copa do Mundo. Mas não dá para esquecer seu histórico: ele é sempre um enigma: pode jogar muito bem ou muito mal. Isso não é bom. O ponteiro Murilo já é ao contrário. Sempre tão regular, atuou abaixo do que pode em partidas importantes. E viva o velho e bom Giba. Teve problemas na canela ao longo da temporada, era cotado para a reserva, mas com a lesão no abdômen de Dante assumiu o posto no ti me titular e segurou muito bem a onda.

A surpresa foi a Polônia, comandada pelo italiano Andrea Anastasi. Fez uma bela campanha e decidiu com os russos o título do torneio. Perdeu por 3 sets a 2 (25/23, 23/25, 25/22, 17/25 e 17/15) e acabou em segundo lugar, na frente do Brasil, e com uma das vagas olímpicas. A campeã Rússia confirmou sua força e mostrou que é uma das candidatas ao ouro olímpico em Londres. Tem um time fisicamente impressionante, com muitos gigantes, mas a novidade e o grande problema para seus adversários é que agora está jogando também com velocidade. O mais legal dessa história é que o Brasil, mesmo com atuações complicadas, venceu a Rússia por 3 sets a 0. Ou seja, a velha teoria do saque: cada vez ele é mais fundamental no vôlei at ual. Contra a Rússia e também na vitória por 3 sets a 1 contra os Estados Unidos, o saque brasileiro funcionou. Já nos outros jogos, o maior de todos os problemas da seleção foram os excessivos erros de saques.

Como as vagas olímpicas ficaram com Brasil, Rússia e Polônia, grandes seleções como Estados Unidos, Itália, Cuba e Sérvia vão ter que disputar os Pré-olímpicos. Quem comemorou muito a vaga brasileira foi a Argentina. Vai ter um Pré-olímpico tranquilo na América do Sul e não terá problemas para se classificar.

Na última rodada, a maior surpresa foi a vitória fácil da Sérvia sobre os Estados Unidos por 3 sets a 0 (25/23, 25/17 e 25/19). Nos outros dois jogos deste domingo, a Argentina derrotou a China por 3 sets a 0 (25/23, 31/29 e 25/18) e Cuba passou pelo Egito por 3 sets a 1 (26/24, 23/25, 25/23 e 25/20). A classificação final foi a seguinte: em primeiro lugar a Rússia, seguida pela Polônia, Brasil, Itália, Cuba, Estados Unidos, Argentina, Sérvia, Irã, Japão, China e Egito.

cida santos

Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.

 

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