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cida santos
A dúvida: Natália ou Camila?
A seleção brasileira de vôlei vai ter alguns dias de expectativa para saber quem será a 12ª jogadora nos Jogos Olímpicos. Só na véspera da estreia, no congresso técnico, que a comissão técnica vai confirmar a ponteira Natália ou inscrever a líbero Camila Brait, que viajou para Londres. Tudo vai depender das condições físicas da Natália, que está há um ano sem jogar e passou por duas cirurgias para a retirada de um tumor benigno na tíbia.
O desagradável dessa história é o grupo ainda ter que conviver com essa tensão até a véspera da estreia. Isso não é bom. Um corte sempre abala as jogadoras, provoca desgaste emocional. Sem contar, que ser dispensada já na terra da Olimpíada deve ser muito duro.
Um detalhe curioso: apesar de o Brasil ser o atual campeão olímpico, o time que vai disputar a competição está bem renovado. Das 13 jogadoras que embarcaram para Londres, sete nunca jogaram uma Olimpíada: as levantadoras Dani Lins e Fernandinha; a oposto Tandara; a central Adenízia; as ponteiras Natália e Fernanda Garay; e a líbero Camila Brait.
O bom é que a base do time titular, com exceção da Fernandinha, é formada por campeãs olímpicas: as centrais Thaísa e Fabiana; as ponteiras Jaqueline e Paula Pequeno; a oposto Sheilla e a líbero Fabi. O time é forte, o maior problema tem sido os apagões e a irregularidade de algumas jogadoras como, por exemplo, Paula Pequeno, que disputa a posição com Fernanda Garay.
A outra expectativa é com relação à levantadora reserva. Fabíola, a titular praticamente nesta temporada toda, foi cortada. O técnico José Roberto Guimarães optou por Dani Lins. Essa foi a maior surpresa na lista das inscritas na Olimpíada. Se a Fernandinha se machucar ou tiver algum problema, a Dani Lins vai ter que segurar a onda. Vamos torcer para que ela jogue bem, mas Dani Lins não fez uma boa temporada no Sesi e no Grand Prix ficou praticamente o torneio todo no banco.
Antes da estreia, o Brasil vai fazer um amistoso contra a Rússia na quinta-feira. Vai ser um belo teste para os dois times. As russas não estão na mesma chave das brasileiras. São as atuais bicampeãs mundiais e uma das candidatas ao título ao lado dos Estados Unidos, Brasil e Itália.
Aliás, a comissão técnica russa confirmou neste domingo a inscrição da ponteira Tatiana Kosheleva, que estava se recuperando de uma lesão. A outra ponteira, a Liubov Sokolova, uma das jogadoras mais completas do mundo, também vai jogar. É um timão, que tem como grande estrela a oposto gigante Ekaterina Gamova.
A estreia do Brasil será sábado contra a Turquia, comandada pelo brasileiro Marco Aurélio Motta. Não vai ser fácil. Primeiro jogo sempre é mais complicado, tenso. E as turcas evoluíram muito nas duas últimas temporadas. No Grand Prix deste ano, acabaram em terceiro lugar, atrás apenas das americanas e brasileiras. E detalhe: Marco Aurélio conhece muito bem o time do técnico Zé Roberto.
Além de Brasil e Turquia, o grupo B é composto por Estados Unidos, Sérvia, Coreia do Sul e China. No B estão Rússia, Grã-Bretanha, Itália, Japão, República Dominicana e Argélia. O sistema de disputa é simples: todas as seleções da mesma chave se enfrentam. Os quatro primeiros de cada grupo passam para as quartas-de-final.
Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.
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