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cida santos
A prata e a ousadia russa
Uma tristeza a derrota do Brasil na final dos Jogos de Londres. O time teve duas chances de fechar o confronto no terceiro set e acabou levando a virada da Rússia por 3 sets a 2 (19/25, 20/25, 29/27, 25/22 e 15/9). O herói do jogo foi o técnico russo, o ousado e gordinho Vladimir Alekno. Ele fez uma revolução no terceiro set: colocou o oposto Mikhaylov, a estrela do time, como ponteiro passador e deslocou o central gigante, Muserskiy, de 2,18 m, para a posição de oposto. Deu certo. A Rússia ganhou muita força no ataque e deu um nó tático na comissão técnica brasileira. O Muserskiy foi o maior pontuador do jogo com 31 pontos.
Dá para falar mais um monte de coisa: que o Brasil sentiu a falta do Dante, que ficou fora no quarto set por causa do joelho; o Giba entrou no lugar do Dante, mas como ele passou por uma cirurgia na tíbia e ficou muito tempo sem jogar, sentiu falta de ritmo; que a concentração do time caiu muito depois da derrota no terceiro set daí teve problemas no saque, na recepção e perdeu muitos contra-ataques; que o técnico Bernardinho também podia ter ousado mais e colocado o Ricardinho bem mais cedo no quarto set; e que a seleção ficou limitada com a lesão do Leandro Vissotto, já que com um oposto só Bernardinho precisou improvisar na inversão de rede. Teve que colocar um central, o Rodrigão, para usar essa estratégia.
Enfim, também dá para lembrar que foi a terceira final olímpica seguida do Brasil, o que é façanha para poucos; que a seleção chegou desacreditada em Londres depois do sexto lugar na Liga Mundial e conseguiu conquistar a medalha de prata. Mesmo assim, como bem disse o levantador Bruninho ao repórter Alexandre Oliveira do canal Sportv, ficou um "gosto amargo na boca de ter perdido o ouro". Ele tem razão, principalmente porque a seleção estava com o jogo na mão e podia ter fechado a partida no terceiro set. Depois, os jogadores russos pegaram confiança, ganharam força no ataque e tudo ficou bem mais difícil.
O choro do Sidão, a tristeza do time na quadra, são as imagens que vão ficar da seleção nessa Olimpíada. E quem acompanhou os jogos também teve o privilégio de ver pela última vez com a camisa brasileira alguns representantes de uma geração brilhante como o líbero Escadinha, o ponteiro Giba e o levantador Ricardinho. Como disse Ricardinho, quem viu, viu. Quem não viu, vai ouvir falar muito deles. O depoimento mais comovente foi o do líbero Escadinha também ao canal Sportv. Em lágrimas, ele confirmou a sua despedida da seleção depois de doze anos de atuações e fez um pedido especial: "Quem for vestir a minha camisa, que cuide dela com muito carinho". Vai dar saudade de ver o Escadinha, o Ricardinho e o Giba na seleção.
Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.
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