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clarice reichstul

 

06/10/2012 - 00h01

Cidadão pra valer

CLARICE REICHSTUL
COLUNISTA DA FOLHA

Amanhã temos eleições para prefeito e para vereadores. Vou tomar a liberdade de contar como era quando eu era criança. A votação era uma novidade. Por conta da ditadura militar, não tivemos eleições municipais por 20 anos. As pessoas, meio ressabiadas, não entendiam se aquilo era pra valer ou não.

A primeira eleição de que eu realmente me lembro foi a de 1985, para prefeito. Meus pais entraram de cabeça na campanha, até o bolo de aniversário do meu irmão tinha o nome do candidato deles.

No ano seguinte, foi a eleição para governador, senadores e deputados estaduais e federais. Na escola, onde todas as crianças eram filhas de pais politizados, o debate eleitoral pegava fogo no recreio, com cada um defendendo seu candidato.

Sinto saudades dessa época. Saudades porque nós éramos pequenos, mas a política fazia parte do nosso dia a dia. Definir quem vai cuidar de nossa cidade pelos próximos quatro anos é assunto sério, de que ninguém deveria ficar de fora, nem as crianças.

Os adultos vivem dizendo que política é uma droga, que ninguém presta, que são todos corruptos. Eles esquecem que eles mesmos elegem esses fulanos. E que, quando os elegem, têm o compromisso de saber o que eles propõem, para depois poder cobrar.

Vamos fazer um trato? Perguntem a seus pais em quem e por que irão votar. Cobrem deles. Quem sabe assim eles se tocam da importância do assunto e, de quebra, vocês já vão aprendendo como é que é ser cidadão da maior cidade do país.

Andrés Sandoval
Crédito: Andrés Sandoval Legenda: ILustração para a coluna Cafuné
clarice reichstul

Formada em cinema pela Faap, Clarice Reichstul tem macaquinhos no sótão, orelhas de abano, língua de trapo e ideias de girino (às vezes de jerico também). Escreve aos sábados.

 

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