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eliane cantanhêde

 

07/02/2012 - 19h14

De leilões

Enquanto o governo comemora os R$ 24,5 bi da privatização de três aeroportos e Dilma empossa mais um problema no Ministério das Cidades, corre solto um outro leilão em Brasília: quem deu mais pela nomeação de Luiz Felipe Denucci na Casa da Moeda?

O presidente do PTB, Roberto Jefferson, empurra a batata quente para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que devolve para o líder petebista Jovair Arantes, que tenta agora jogar no colo do deputado Nelson Marquezelli.

Não bastasse, lê-se daqui e dali que os verdadeiros padrinhos de Denucci foram o ex-ministro Delfim Neto e o senador Francisco Dornelles. Do PTB a batata voou para o PP, com Mantega atordoado no meio, mais confundindo do que esclarecendo.

Convenhamos, é muito padrinho para um Denucci só e muita politicagem para uma Casa da Moeda só. Eis que se trata de órgão sem visibilidade, sem cargos, sem ramificação nos Estados, sem programas de investimentos populares - e, portanto, com benefício político zero. Mas os partidos aparentemente se matam pela boquinha, quer dizer, bocona.

Para um twitteiro sagaz e irônico, "a Casa da Moeda não política, é rentável". Bota rentável nisso: receita de R$ 2,7 bi e lucro de R$ 517 milhões em 2011.

O batata quente Denucci pode não saber --ou não querer-- explicar por que todo esse interesse e todos esses interessados na sua nomeação. Mas, cá pra nós, tem a obrigação moral e legal de explicar direito por que raios ele e a filha têm empresas "offshores" em paraísos fiscais - que teriam movimentado US$ 25 milhões!

Você aí em casa, funcionário(a) público(a), assalariado(a), tem alguma "offshore"? Em paraíso fiscal?! Vamos pensar juntos: para que será que o tal Denucci e a filha têm não apenas uma, mas duas? E, se de fato movimentaram aquela dinheirama toda, de onde ela veio? Dizem por aí que dinheiro não nasce em árvore. Pelo menos, não nascia...

Com a Casa da Moeda e as Cidades arrombadas, só nós resta pedir cadeado nos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas. Para evitar novos escândalos, novo empurra-empurra, novas tentativas de explicar o inexplicável.

eliane cantanhêde

Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal 'GloboNews em Pauta' e da Rádio Metrópole da Bahia.

 

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