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fernando rodrigues

 

08/09/2012 - 03h30

Fora do lugar

BRASÍLIA - Dilma Rousseff usou cadeia nacional de TV para fazer o tradicional pronunciamento presidencial de 7 de Setembro, nesta semana. Falou por 11 minutos.

A Folha já havia anunciado o que era para ter sido a principal novidade concreta --a promessa de reduzir a tarifa de energia elétrica. Sobrou então algo que ficou fora do lugar. Dilma deu uma pedrada na administração de Fernando Henrique Cardoso.

Foi um "momento Zagallo" da presidente da República. Assim como o ex-técnico da seleção brasileira de futebol, Dilma achou um espaço para ser ranzinza e reclamar de seus críticos no meio de uma festa.

O 7 de Setembro é um momento de alegria. A presidente estava dando um presente aos brasileiros (a redução na conta de energia). O Brasil completou 190 anos de independência. Mas Dilma decidiu criticar FHC, mesmo ainda que não tenha citado o tucano nominalmente. Comparou PT e PSDB ao tratar do modelo de concessões de serviços federais à iniciativa privada.

A privatização petista, disse Dilma, será "um novo tipo de parceria" e "que trará benefícios para todos os setores da economia e para todo o povo brasileiro".

Já o processo seguido por FHC foi diferente. O "modelo de privatização de ferrovias" foi "questionável", pois "torrou patrimônio público para pagar dívida, e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência".

Os defeitos nas privatizações tucanas são incontestáveis. Mas o ponto aqui é outro. É apropriado a presidente usar uma rede nacional de TV para atacar seus adversários políticos? Os partidos têm, a cada seis meses, direito de ir à TV. Dilma pode falar o que bem entender na propaganda do PT.

Ao rasgar a fantasia e fazer política partidária sentada na cadeira presidencial, Dilma Rousseff manda um aviso: 2014 chegou e ela está em campanha pela reeleição.

fernando rodrigues

Fernando Rodrigues é repórter em Brasília. Na Folha, foi editor de 'Economia' (hoje 'Mercado'), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006). Escreve quartas e sábados.

 

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