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humberto luiz peron

 

16/11/2011 - 12h22

Não espere muito de 2012

Se seu time fez uma campanha medíocre este ano, ficou longe da disputa dos principais títulos por não contar com um elenco forte, não tenha muitas esperanças para 2012.

Falo isso porque o atual mercado do futebol não permite que uma equipe faça uma renovação grande - e de bom nível - de um ano para outro. Atualmente, é impossível que alguém consiga contratar cinco ou seis atletas de ponta, que cheguem ao clube e mudem radicalmente a condição técnica de um elenco.

Infelizmente não conseguimos produzir mais jogadores em quantidade que possam reforçar nossas equipes.

Por exemplo, não faz muito tempo, um grande clube de São Paulo, numa rápida passagem pelo interior do estado conseguia trazer, sem muitas dificuldades, quatro ou cinco jogadores de boa qualidade. Agora, quando um raro talento surge nas equipes menores, em pouco tempo, eles já são vendidos para o futebol do exterior.

A época em que jogadores sonhavam em se transferir para nossos grandes times terminou. Hoje, qualquer um sabe que é mais fácil ser convocado para a seleção atuando em clubes de segunda linha do futebol da Europa do que estando em qualquer clube brasileiro.

Por mais que os times tenham a ilusão de que estão nadando em dinheiro com a renovação do contrato de transmissão de jogos, não vai haver caixa que aguente contratar um bom número de jogadores bons.

Por isso, agora, os jogadores - e porque não os empresários seus - vão inflacionar o mercado ao máximo. Inclusive aqueles atletas que estão no exterior e ainda gozam de algum prestígio pelo que fizeram em nossos gramados há dois ou três anos.

É preciso falar que hoje, para convencer o empresário de um grande jogador, os dirigentes acabam tendo de contratar outro jogador mediano do mesmo agente, o que faz os gastos aumentarem e inflam o elenco.

Os profissionais estão muito mais cautelosos na escolha dos clubes que vão jogar. Eles sabem que chegar num clube que vive um mau momento nunca é fácil, ainda mais se outros reforços de nível não chegarem junto com ele.

O profissional julga ser muito mais vantajoso ele se transferir para um clube vencedor, mesmo que tenha que disputar a posição, do que acreditar que tudo possa dar certo no processo de renovação de um time.

Nenhum jogador com a chance de escolha vai optar por um time em processo de formação. Não vai ser em um passe de mágica que a equipe vai se entrosar e os resultados virão.

Com a pressão das derrotas do ano anterior, em pouco tempo, os dirigentes, para mostrar serviço, demitem o treinador, e o atleta, que foi para o time pela confiança que depositava no técnico, já perde espaço no elenco.

Portanto, se o seu time do coração fracassou em 2011, não se iluda. Se tudo der muito certo, ele só pode ter alguma chance de brigar por algo em 2013.

Até a próxima.

Mais pitacos em: www.twitter.com/humbertoperon

DESTAQUE
A semana perfeita do zagueiro Dedé, do Vasco. Poucos jogadores tiveram no ano uma semana com tanto destaque quando o defensor. No jogo contra o Universitário, ele não se abateu após marcar um gol contra e ainda liderou o Vasco na virada. Além de marcar dois gols, deu início a quase todas as jogadas ofensivas do time. Contra o Botafogo, outra excelente atuação. Seguro na defesa, ainda iniciou e complementou a jogada do segundo gol do Vasco, no clássico.

ERA PARA SER DESTAQUE
Agora chegou a hora do lamento no Campeonato Brasileiro. São comuns os seguintes comentários; "se o time jogasse sempre assim, não cairia", "se tivesse esse ritmo durante o campeonato todo já tinha erguido a taça" e por aí vai. O problema é que ainda muitos pensam que o torneio é disputado com mata-matas e só analisam as últimas rodadas e se esquecem que o campeonato tem 38 rodadas.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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