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humberto luiz peron

 

03/01/2012 - 16h50

Quem ficou devendo em 2011

Na última semana, em "Altos do nosso futebol em 2011" fiz uma lista dos times, jogadores e técnicos que, atuando no Brasil, tiveram muito destaque no ano passado. Agora, para complementar o que aconteceu aqui, nos nossos gramados, em 2011, comento aqueles profissionais que tiveram vários problemas, decepcionaram e terminaram a temporada em baixa.

Adilson Batista
Era esperado, depois do bom trabalho feito no Cruzeiro, que o treinador se transformasse em um dos melhores treinadores do país. Mas, desde que saiu do time mineiro, o técnico fracassou nos clubes em que trabalhou --Corinthians, Santos, Atlético-PR e São Paulo. Com quatro desempenhos medíocres em menos de um ano, o técnico vai precisar de um bom tempo --e também excelentes trabalhos-- para recuperar seu prestígio e acabar de vez com a fama de ser um "Professor Pardal".

Atlético-PR
A queda foi para a Série B do Campeonato Brasileiro. Depois de algumas ameaças, foi o resultado de uma temporada em que o clube contratou mal, gastou muito dinheiro excessivamente com jogadores de qualidade duvidosa e errou na escolha dos treinadores.

Futebol mineiro
Um ano péssimo para os times de Minas Gerais que disputaram o Campeonato Brasileiro da Série A. O América-MG, apesar de algumas vitórias importantes no final da competição, nunca deu sinais de que poderia escapar da degola. O Cruzeiro começou o ano com moral, mas, depois da eliminação precoce da Copa Libertadores, entrou em uma fase terrível e por pouco não cai para a segunda divisão. Já o Atlético-MG mesmo contratando muito, não conseguiu --de novo-- montar um time competitivo e, mais uma vez, lutou para não cair no Brasileirão.

Grêmio
O time foi um mero coadjuvante dos principais campeonatos de que participou em 2011. Além de perder a final do Campeonato Gaúcho, o time foi muito mal na Copa Libertadores e fez uma campanha melancólica no Campeonato Brasileiro.

Palmeiras
Mais um ano decepcionante para os torcedores do Palmeiras. Com um time muito ruim, a equipe fracassou em todos os torneios que disputou. Sem dinheiro, com muitos problemas internos e uma briga política que está destruindo o clube, o time do Parque Antártica viveu o ano todo em crise. Quando não era uma briga de dirigentes, eram os jogadores discutindo com a comissão técnica ou problemas de relacionamentos entre os atletas. Resumindo: um caos completo. Também é preciso dizer que Luiz Felipe Scolari --a quem defendi durante o ano passado e ainda acredito no seu trabalho em 2012-- também teve um ano muito ruim. Além de, em muitos momentos da temporada, não saber o que fazer na equipe, ele nem conseguiu motivar e unir seus jogadores, o que foi sempre um de seus pontos fortes.

PH Ganso
Perdeu muito espaço em 2011. Mesmo tendo problemas de contusão, o meia não foi nem a sombra do jogador que parecia ser o grande armador do nosso futebol. Também foi muito mal na Copa América e, fora dos gramados, esteve envolvido em várias polêmicas como acerto de contrato e saída do Santos.

Ronaldinho Gaúcho
Em janeiro de 2011, só se falava na volta de Ronaldinho Gaúcho para o Brasil. O Flamengo venceu o leilão e o contratou. Mas, mesmo no Rio de Janeiro --e jogando no time que ele gostaria de jogar--, ele continuou tendo o mesmo comportamento que tinha nos seus últimos anos na Europa, alguns poucos lances geniais --que o fez voltar à seleção brasileira-- e longos períodos desligado das partidas. Outras grandes contratações também não justificaram o investimento que os clubes fizeram. A dupla Valdívia e Kléber mais criaram problemas que jogaram no Palmeiras, Luís Fabiano, do São Paulo, ficou muito tempo no estaleiro e Adriano, mesmo fazendo um gol importante na reta final do Campeonato Brasileiro, pouco contribuiu no Corinthians, e nem conseguiu chegar perto da forma ideal.

São Paulo
Um fiasco. Não há outro termo que possa definir melhor o desempenho do São Paulo em 2011. Tudo que fazia do time um vencedor até há pouco tempo, simplesmente sumiu. O clube sofreu com a incapacidade e a soberba de seus dirigentes, errou por atacado nas contratações e até demitiu um técnico no vestiário --Adilson Batista.

Seleção brasileira
Um ano de fracassos para a nossa seleção. Continuamos sem vencer as principais seleções do planeta e fomos eliminados nas quartas-de-finais da Copa América --com direito a quatro pênaltis perdidos na disputa contra o Paraguai-- jogando um futebol muito ruim. Aqui também não se pode deixar de cobrar o treinador Mano Menezes. O técnico se perdeu inteiramente. Para não ficar sem o emprego, o técnico deixou de lado o processo de renovação da seleção e passou a convocar jogadores veteranos, como Ronaldinho Gaúcho. Ele também abandonou o discurso de montar um time ofensivo e insistiu, assim como Dunga, em fazer convocações de jogadores medíocres, que atuam em países de segunda linha do futebol mundial. Para encerrar o ano tão ruim, tivemos de comemorar as vitórias contra o Gabão --num campo que parecia um pasto-- e o Egito.

Times Brasileiros
Para muitos, a ficha só caiu após o massacre que o Santos levou do Barcelona na final do Mundial de Clubes. Mas já faz muito tempo que nossos clubes têm decepcionado em competições internacionais, mesmo jogando com times que não gastam tanto quanto as equipes brasileiras. Por exemplo, com o Santos ganhando a Libertadores, esquecemos que a eliminação, na mesma noite, de quatro dos principais clubes brasileiros --Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Fluminense-- ainda nas oitavas de final, e ainda teve o Corinthians, que não conseguiu passar para a fase de grupos do torneio.

Para quem quer saber os "Altos do nosso futebol em 2011" eles estão em aqui

Até a próxima.

Em tempo: em 2012 completo dez anos escrevendo aqui neste espaço. Por isso, nas duas próximas semanas, vou reproduzir quatro textos que publiquei que mostram como os torcedores, o jogadores, os treinadores e o jornalistas enxergam o futebol. Mais uma vez, excelente 2012 para todos nós.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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