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humberto luiz peron

 

01/02/2012 - 00h19

Técnicos caros com resultados pífios

Na cultura do futebol brasileiro, por muito tempo os técnicos foram tratados com expressões como "distribuidores de camisas", "árbitros de treinos" e "técnico não ganha jogo, só perde", que eram sempre usadas para diminuir o trabalho dos treinadores.

Se não concordava com o tratamento de coadjuvantes que era dado aos nossos treinadores, também não consigo aceitar que a categoria de estrelas dada a nossos treinadores a partir da década de 1990.

Fico incomodado com os altos salários pagos a alguns treinadores. O que se paga para aqueles que são considerados os principais treinadores do país, como Luiz Felipe Scolari, Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga e Muricy Ramalho, e aos demais comandantes de times grandes brasileiros é muito elevado pela capacidade que eles demonstram.

Todos eles só conseguiram essa valorização excessiva porque, em algum momento de suas carreiras, tiveram sob seus comandos times tão superiores aos demais que encobria as deficiências técnicas deles.

Muitos ganharam fama mais por unir grupos e suportar a pressão das grandes torcidas do que por seu conhecimento de futebol.

O que eu quero dizer é que nossos treinadores não conseguem tirar tudo o que um elenco pode render. Os técnicos reclamam que não há tempo suficiente para trabalhar, mas quando um time tem uma semana para se preparar, o treinador, ainda assim, não consegue acrescentar nenhuma inovação que melhore o rendimento da equipe.

Faz muito tempo que aqueles que são considerados os principais treinadores do país não apresentam uma novidade na armação de suas equipes e nem conseguem mudar o ritmo de uma partida com uma sua substituição ousada.

Todos os nossos técnicos caros, sem exceção, ficaram presos a um modelo que um dia os fizeram vitoriosos. Por isso, temos de ouvir - e engolir - sempre os mesmos discursos, incluindo aí os termos "projeto", "trabalho" e "família".

A supervalorização dos técnicos fez com que eles se tornassem extremamente vaidosos e arrogantes. Não é possível admitir quando um treinador vem a publico falar mal do elenco que ele acabou de montar, desfilar seu currículo de títulos em entrevistas e dizer frases que demonstram sua incapacidade, como: "Em 30 anos de carreira, nunca tive um time como esse, que não consigo acertar". Eles também pouco se interessam com que acontece de melhor no futebol fora do país.

Autoritários gostam de dizer que resolvem todos os problemas do elenco nos vestiários, mas são os primeiros a pedir o pulso forte da diretoria no ato de indisciplina de um jogador, fugindo inteiramente da responsabilidade de comando.

É hora de cobrar de nossos treinadores resultados compatíveis ao alto salário que eles recebem todos os meses.

Até a próxima.

Mais pitacos em: www.twitter.com/humbertoperon

DESTAQUE
Por que os árbitros auxiliares, que estão colocados na linha de fundo, não são consultados nos casos duvidosos que acontecem dentro da área? Não adianta ter mais árbitros em campo se eles não podem tomar decisões em alguns lances capitais.

ERA PARA SER DESTAQUE
Existe maior absurdo do que um time jogar pela Libertadores num dia e, 24 horas depois, entrar em campo para jogar uma partida pelo campeonato estadual, como aconteceu com o Internacional na semana passada?

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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