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humberto luiz peron

 

04/12/2007 - 15h32

O que vai ficar do Campeonato Brasileiro

HUMBERTO PERON
Colaboração para a Folha Online

Gostei do Campeonato Brasileiro que terminou no último domingo. Tudo bem, o nível técnico do torneio não foi excepcional, mas não podemos negar que tivemos uma competição empolgante. O São Paulo pode ter conquistado o título com certa facilidade, mas até a última rodada tivemos brigas tanto por vagas na Taça Libertadores e Sul-americana quanto pela luta contra o rebaixamento.

O público parece que começou a gostar, e entender, a fórmula de pontos corridos, pois tivemos uma média de público de quase 18 mil pagantes. E se a Copa Sul-Americana for mais valorizada, poderemos ter em pouco tempo um torneio sensacional, com todas as equipes tendo objetivos claros durante o torneio.

Antes de dar a minha opinião sobre a participação de cada clube no Nacional, apresento a minha seleção do torneio: Rogério Ceni; Leonardo Moura, Breno, Miranda e Jorge Wagner; Hernanes, Richarlyson, Diego Souza e Thiago Neves; Josiel e Acosta. Para o banco de reservas escolheria: Felipe, Thiago Silva, Júlio César (Náutico), Ramires, Ibson, Valdivia e Dodô. Técnico: Muricy Ramalho. Se não concordou comigo, participe. Mande sua seleção para futebolnarede@folha.com.br.

Agora faço um resumo do que os times fizeram no Brasileirão.

São Paulo
Não há o que falar sobre a campanha do São Paulo, que foi a mais eficiente da era dos pontos corridos, tanto que o time assegurou o título com quatro rodadas de antecipação. A regularidade do time chegou a irritar. O ponto forte foi o sistema defensivo: a equipe só levou 19 gols em 38 jogos --seis foram tomados depois que o time havia assegurado o título.

Santos
Olhando só pela colocação, o vice-campeonato pode ser comemorado. Mas, se for observado o aspecto técnico e investimento, principalmente na comissão técnica, o time terminar com 15 pontos de diferença para o campeão chega a ser uma decepção. Talvez o Santos fosse o único time que poderia equilibrar a disputa com o São Paulo. Como atenuante não se pode esquecer que perdeu muitos pontos no início do torneio, por estar disputando a Taça Libertadores.

Flamengo
Grande campanha. Ninguém esperava que o Flamengo chegasse nessa posição quando o torneio começou. A arrancada do time no final do torneio foi espetacular, com uma seqüência impressionante de vitórias no Maracanã. Destaque para o técnico Joel Santana, que acertou o time durante a competição, e para a sua torcida, que não se cansou de lotar o Maracanã.

Fluminense
Outra campanha espetacular. Com a disparada do São Paulo, o time ficou sem objetivo no torneio, já que tinha a vaga assegurada na Libertadores, por ser campeão da Copa do Brasil. Mesmo assim, o clube conseguiu ficar na quarta colocação.

Cruzeiro
Outro time que foi remontado durante o campeonato, depois de um péssimo começo. Com a chegada de Dorival Júnior, o time se acertou e por algum tempo chegou a incomodar o líder São Paulo. Caiu de rendimento na fase final do torneio, mas, mesmo assim, assegurou vaga na Libertadores.

Grêmio
Fez uma boa campanha, mas durante o torneio não repetiu as atuações que teve no campeonato do ano passado e, principalmente não mostrou a força que teve na Libertadores, quando o time chegou à decisão.

Palmeiras
Os palmeirenses ficaram frustrados pelo fato de o time perder a vaga para a próxima Libertadores na última rodada. Mas, pelo elenco que o time tem, chegar na sétima colocação já é um bom resultado. Não se pode esquecer que no ano passado o time lutou para não cair.

Atlético-MG
No ano de sua volta à elite do futebol brasileiro, o Atlético-MG fez uma campanha bem aceitável e conseguiu uma vaga na Sul-Americana. Poderia chegar numa melhor colocação se não perdesse tantos pontos no final do primeiro turno e no início do segundo.

Botafogo
O Botafogo chegou a dar esperanças ao seus torcedores no início do campeonato, quando apresentava um futebol ofensivo e muito bonito. Mas, com poucas opções no elenco, quando precisou usar seu banco de reservas caiu muito de rendimento. O time também teve o problema de não ter um goleiro confiável durante a campanha. Atrapalharam também as eliminações traumáticas da Copa do Brasil, da Sul-americana, o doping de Dodô e a demissão e volta do técnico Cuca no período de apenas nove dias.

Vasco
Outro time carioca que começou muito bem. O Vasco ficou muito tempo entre os melhores do campeonato e era invencível em casa. Mas, no segundo turno, o time caiu muito de produção. Como consolo, sobra uma vaga na próxima Sul-americana.

Internacional
Talvez a grande decepção do torneio. Campeão do mundo no ano passado, o Inter teve um ano terrível. Foi mal no Campeonato Gaúcho, na Libertadores e no Brasileiro. Pelo elenco que tem deveria lutar pelo título e não terminar na modesta 11ª colocação. Como esperança aos seus torcedores, no final o time mostrou que pode ser forte no próximo ano.

Atlético-PR
Uma campanha discreta. O time chegou a flertar com a zona do rebaixamento, mas não correu sério risco. Mostrou evolução após a chegada do técnico Ney Franco.

Figueirense
A perda da final da Copa do Brasil atrapalhou muito o time no Campeonato Brasileiro. Pode se dar por satisfeito por ficar em uma posição intermediária no torneio.

Sport
Boa volta à primeira divisão. O time fez uma campanha digna e conseguiu montar um elenco que o manteve na Série A. No final, uma sensação de frustração, pois o time poderia coroar sua boa performance com uma vaga na Sul-Americana.

Náutico
Sensacional reação no segundo turno. Para muitos, o time já estava rebaixado no meio do campeonato, mas o Náutico mostrou força e, com os muitos gols do uruguaio Acosta, conseguiu se manter na divisão principal.

Goiás
O Goiás já tinha conseguido o status de time de médio para grande no futebol brasileiro. Mas esse ano perdeu tudo o que construiu nos últimos anos. O time contratou mal, perdeu muitos jogos, mas graças à incompetência do Corinthians conseguiu se manter na Série A.

Corinthians
Sem comentários. O ano de 2007 deveria ser esquecido pelos corintianos. O time perdeu o presidente, foi parar nas páginas policias e mergulhou numa crise financeira terrível. Montou um elenco com jogadores modestos e não teve forças para escapar do rebaixamento.

Juventude
Depois de tantos anos, o time de Caxias do Sul dá adeus ao grupo de elite. Mas com o time que foi montado para esse ano seria impossível esperar algo diferente.

Paraná
O time fez uma boa campanha na Libertadores e deu esperanças aos seus torcedores que iria repetir o sucesso obtido no Brasileiro do ano passado. Perdeu e demitiu vários técnicos durante o torneio e isso o atrapalhou muito. No final, teve uma forte reação, mas não houve tempo para escapar da degola. De positivo, teve Josiel, o artilheiro do torneio.

América-RN
Sofrível. Não há o que se falar de uma equipe que só fez 17 pontos no torneio. Se há algo de positivo é que os potiguares disputaram as partidas com vontade, não se entregavam com facilidade mesmo não abandonando a lanterna da competição.

Até a próxima.

Na queda do Corinthians não dá para tirar a responsabilidade de ninguém. Diretoria deposta, parceiros foragidos, diretoria interina, novo presidente, os três técnicos e jogadores. Todos tiveram sua parcela de culpa --que os corintianos parem com a bobagem de acusar o Internacional pela queda. Agora, que o clube consiga se reestruturar e monte um time que possa disputar com chances a Série B e volte para a primeira divisão, como fizeram Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Atlético-MG, Portuguesa e outros tantos times tradicionais que tiveram suas histórias manchadas com a queda para a segunda divisão.

Somente depois que Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes definirem quais os times que irão comandar no próximo ano é que se poderá fazer qualquer previsão de como será o destino de alguns clubes. Se Luxemburgo sair do Santos --ele pode ficar o primeiro semestre administrando sua empresa de gerência esportiva para depois assumir um time ou uma seleção no exterior--, Mano Menezes ou Leão devem assumir o time da Vila. Já o ex-técnico do Grêmio também está na mira do Cruzeiro, do Corinthians e ainda há uma mínima possibilidade de dirigir o Palmeiras.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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