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humberto luiz peron

 

21/04/2009 - 13h26

Paulista: vencedores e derrotados

HUMBERTO PERON
Colaboração para a Folha Online

Vencedores

Corinthians e Santos vão fazer a decisão do Campeonato Paulista. Pelo que apresentaram nas partidas das semifinais, nada mais justo. Eu não considerava os dois times favoritos e pensava que a final seria entre Palmeiras e São Paulo. Mas, no gramado, a minha expectativa foi revertida, pois tanto Corinthians quanto Santos tiveram ampla vantagem sobre seus adversários.

As duas equipes mereceram a vitória porque não foram covardes, atacaram seus adversários, e seus treinadores ousaram jogando com três homens de frente. O Santos, por exemplo, com o trio Madson, Kléber Pereira e Neymar, não teve medo de jogar no Palestra Itália. Marcou a saída de bola do adversário desde o início da partida e praticamente deixou o Palmeiras longe de sua meta.

Nesta partida, o time da casa pouco ameaçou o gol de Fábio Costa. Mesmo com o adversário tendo mais posse de bola durante a partida, ficou fácil de perceber que o time de Vagner Mancini tinha o adversário controlado.

Está certo que Kléber Pereira é um excelente homem de área, Madson é incansável, enquanto Neymar já provou que é diferenciado --só para lembrar, nos confrontos contra o Palmeiras, o jovem fez um gol na primeira partida e na casa do adversário deu o passe do primeiro gol e sofreu o pênalti que praticamente selou a classificação santista.

Mas também deve-se se destacar (e muito) o papel do meia Paulo Henrique. Mesmo novato, ele dita o ritmo da equipe com seus toques de primeira. O jogador tem uma característica fundamental para um meia, que é a capacidade de sempre estar desmarcado para receber a bola dos zagueiros. Ou seja, com ele, o time acaba tendo um ponto de referência.

O Corinthians também deu poucas chances ao São Paulo. Na primeira partida, sufocou o adversário, criando várias chances de gol e dando poucas chances ao rival. No segundo jogo, sofreu até a pressão do São Paulo, mas no segundo tempo, quando acertou a marcação, o time de Mano Menezes levou grande vantagem.

Não sei qual a razão de alguns duvidarem do trabalho de Mano Menezes --muitos não param de chamar o treinador de retranqueiro. Nos jogos contra o São Paulo, ele armou um time muito ofensivo, mas que ao mesmo tempo foi seguro na defesa. O treinador armou o time com três atacantes (Dentinho, Ronaldo e Jorge Henrique), um meia que chegou bastante no ataque, Douglas, e um volante, Elias, que atuou ofensivamente.

Além da força ofensiva, o time ganhou na parte defensiva, já que Dentinho e Jorge Henrique tiveram uma participação importante na marcação, marcando os alas e os jogadores de meio do São Paulo. Também foi muito importante o posicionamento do lateral Alessandro.

Com tantos jogadores ofensivos, o lateral ficou mais preso e, em muitas vezes, por ser o defensor mais rápido do time, atuou como terceiro zagueiro e não foram poucas as oportunidades que ele apareceu fazendo a cobertura da dupla Chicão e William.

Derrotados

É lógico que perder partidas decisivas gera um destaque muito grande no perdedor. No São Paulo voltam as críticas ao técnico Muricy Ramalho por não saber disputar jogos eliminatórios. Sinceramente não acho isso.

Se as duas partidas fossem na fase de classificação, o time do Morumbi também teria perdido. Antes de se procurar coincidências no passado, acho que se deveria discutir a razão de o treinador não conseguir neutralizar o que o Corinthians planejou.

Muricy Ramalho até mudou o esquema na segunda partida, mas o resultado não apareceu. Também contribuíram para a derrota são-paulina as más atuações individuais de alguns dos seus principais atletas, como Hernanes, que jogou muito abaixo do seu potencial nas duas partida,
e o atacante Washington, que perdeu várias chances nas duas partidas.

Já Vanderlei Luxemburgo, que adora dizer que está há muito tempo no futebol, parece que ficou encantado com o que o Palmeiras apresentou no início do ano e esqueceu que precisava arranjar outras maneiras para o time jogar.

O treinador, por exemplo, não conseguiu arrumar o problema da defesa --o posicionamento é falho desde do Brasileiro do ano passado. Está certo que faltam mais opções de elenco, mas, até agora Luxemburgo não conseguiu mudar o andamento das partidas com suas alterações, um dos seus pontos fortes.

Voltando às finais, se Corinthians e Santos conseguirem manter o ritmo das semifinais nos jogos decisivos, teremos dois grandes jogos e a promessa de muitas emoções. Que isso, realmente aconteça. Favorito? Pela vantagem de jogar por dois resultados iguais indico o Corinthians. Mas palpites não têm sido o meu forte nas últimas semanas.

Até a próxima.

Para a conquista invicta do Internacional no Campeonato Gaúcho. A atuação do time no jogo contra o Caxias, principalmente no primeiro tempo, beirou a perfeição. O time esteve muito bem em todos os fundamentos, sufocou o adversário, não errou passes, mesmo os mais arriscados e teve um aproveitamento espetacular nas finalizações. Um autêntico show que faz a torcida do Colorado sonhar também com a conquista do Brasileiro no ano do centenário --fato possível pela qualidade do elenco. Parabéns também ao Sport, por mais um título pernambucano.

Não acho que exista a mínima possibilidade de o Botafogo ter "entregado" a final da Taça Rio para o Flamengo, pensando no dinheiro que possa arrecadar nas duas partidas decisivas contra o seu rival. O que mais o time precisa agora, em um ano que trocou de diretoria e adotou uma política de gastar o que pode, é um título. Ganhar o Estadual do Rio direto, sem finais, mostraria que o caminho adotado está certo. Ninguém pensa em dinheiro quando um clube pode ganhar uma taça.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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