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humberto luiz peron

 

30/06/2009 - 13h57

O vitorioso e o demitido

HUMBERTO PERON
Colaboração para a Folha Online

O vitorioso
Não se pode negar. Em números, a campanha de Dunga como técnico da seleção brasileira chega muito perto da perfeição. O treinador novato ganhou a Copa América, dando um show nos argentinos com um time muito inferior ao dos nossos rivais, e agora conquistou a Copa das Confederações.

Muitos podem dizer que essas duas competições não valem muito, mas aqueles que afirmam isso seriam os primeiros que cobrariam o treinador caso o Brasil não conseguisse os dois títulos. Também contam no currículo do treinador a boa campanha nas eliminatórias --até agora o time só perdeu uma vez na competição e deve se classificar sem grandes dificuldades para o Mundial de 2010-- e duas vitórias incontestáveis contra a atual campeã do mundo, a Itália.

Conta também a favor de Dunga o fato de que os jogadores voltaram a ter vontade de jogar na seleção. Antes da chegada do treinador, os jogadores pareciam adolescentes que estavam indo para um acampamento de final de semana.

Pelas comemorações dos últimos gols, pode-se perceber que os jogadores se importam com o resultado das partidas e, em algumas delas, jogaram comprometidos com o técnico --basta lembrar que algumas das melhores atuações da seleção de Dunga aconteceram nos momentos em que o treinador esteve mais ameaçado de perder o seu cargo.

Mas, mesmo com todos os elogios que escrevi e o retrospecto vitorioso, ainda não me convenço de que Dunga é, ou pode ser, um grande treinador. Na maioria dos jogos acho que o Brasil não consegue jogar um futebol que reflita a condição técnica dos nossos jogadores.

Continuo achando que ele já definiu o estilo de a seleção jogar, o 4-4-2, sendo que basicamente no meio o time tem três volantes --com dois com mais liberdade para atacar e um mais fixo-- e um armador. Não consigo enxergar o treinador armando o time de maneira diferente.

Mesmo assim, a propalada eficiência defensiva do nosso time está longe de existir. Em algumas partidas o time não tomou gol graças às monumentais defesas de Júlio César. Alguns adversários de baixo nível técnico conseguem espaço na nossa defesa.

Se você reparar, nas substituições, Dunga é extremamente conservador, ou seja, ele troca um atacante por outro, um volante por outro e assim por diante. Ele não é ousado para fazer uma mudança que faça o estilo de jogo mudar, como jogar com três atacantes, jogar com volantes mais leves, ou dois armadores.

Vai ser sempre a mesma toada. Não vai mudar, porque o treinador não treina o time de outra maneira. Um time jogando com outra formação tática, só em caso de desespero.

È claro que Dunga tem como espelho o time que conquistou o tetra nos Estados Unidos. O time que Parreira definiu com um estilo pragmático e voltou com a taça. Vai ser assim com o mesmo estilo de 1994 que Dunga espera que o Brasil consiga o título na próxima Copa do Mundo.

O demitido
Vanderlei Luxemburgo foi demitido do Palmeiras. Vamos esquecer a chamada "quebra de hierarquia". O treinador perdeu seu emprego porque não conseguiu dar ao Palmeiras um padrão de jogo. A sobrevida do técnico só aconteceu graças às chances do time na Taça Libertadores. Se usarmos a linguagem do treinador, Vanderlei Luxemburgo caiu porque o custo/benefício do seu projeto não estava apresentando resultados.

Com a eliminação do torneio continental seria impossível que o treinador ficasse. É inegável que Vanderlei Luxemburgo é um grande treinador, mas sua passagem pelo Palmeiras esteve longe de ser vitoriosa.

O treinador só mostrou serviço no Campeonato Paulista do ano passado, quando acertou a maneira de o time jogar. Depois, no Nacional, o time se arrastou com o técnico perdendo o controle dos seus jogadores --tanto que no final da temporada ele promoveu uma renovação no elenco.

Esse ano, depois de um começo arrasador, contra times pequenos no Paulista, o time se perdeu de novo, a ponto de chegarmos no segundo semestre e a equipe não ter um padrão tático definido.

Parece que Luxemburgo perdeu uma das suas principais características, que era a capacidade de surpreender o adversário nas escalações e nas substituições durante a partida. Sua capacidade de escolher jogadores para contratação também parece que se perdeu. Tirando atletas que foram contratações milionárias, os nomes que o treinador indicou como promessas simplesmente não vingaram.

Ficaram marcadas suas reclamações contra torcedores, arbitragem e imprensa como tentativas, quase desesperadas, de o treinador esconder que não estava conseguindo ter sucesso no seu trabalho no Palmeiras.

É lógico que o treinador conhece muito de futebol, mas chegou o momento de se concentrar mais no seu trabalho diário e esquecer algumas coisas e inimigos que parecem ter tirado o seu foco nos últimos meses.

Até a próxima.

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Até a próxima.

Com vários jogadores como Júlio César, Juan, Lúcio, Luisão, Gilberto Silva, Kaká e Robinho que estiveram no Mundial de 2006 é esperado que a seleção brasileira não repita o erro cometido há quatro anos, quando o time se perdeu após conquistar a Copa das Confederações. Que os erros de preparação da Copa da Alemanha não se repitam e que a comissão técnica e os jogadores consigam manter, no mínimo, a determinação e a vontade que tiveram no título conquistado no último domingo.

A boa campanha do Vitória nesse início de Campeonato Brasileiro. O time está na terceira colocação muito perto dos líderes Atlético-MG e Internacional. Comandada por Paulo César Carpegiani, a equipe como sempre apresenta boas revelações e está com o aproveitamento perfeito em casa. Agora, vamos esperar que a equipe consiga manter o ritmo durante todo o torneio e não aconteça o mesmo do ano passado, quando caiu muito de produção na segunda parte do torneio.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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