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humberto luiz peron

 

06/10/2009 - 14h00

Baseado apenas em fatos reais

HUMBERTO PERON
Colaboração para a Folha Online

O futebol jogado aqui no Brasil vem melhorando a cada ano. Nas últimas temporadas os clubes estão mais estruturados, se planejam melhor e estão conseguindo arrecadar mais dinheiro. Os campeonatos, principalmente o Brasileiro, acabam despertando o interesse das torcidas pelo equilíbrio verificado tanto na parte de cima da tabela quanto na luta pelo rebaixamento. Aprendemos a respeitar os regulamentos e até aprendemos a valorizar a Série B.

Mas, mesmo com todos esses avanços, não é nenhum exagero dizer que tecnicamente o futebol jogado no país está muito abaixo das principais ligas disputadas na Europa. Exemplos disso não faltam, já que continuamos exportando nossos melhores jogadores.

Um caso do baixo nível do futebol praticado no nosso país atualmente é o meia --ou seria ex-lateral-- Gilberto, do Cruzeiro. Nada contra o jogador, que desde que voltou aos gramados brasileiros está fazendo boas partidas, mas sempre é bom lembrar que o atleta em nenhum momento foi titular absoluto na Alemanha e, ultimamente, disputava uma vaga no time B do Tottenham, de Londres, que pode ter tradição mas faz tempo é um clube apenas mediano da liga inglesa.

O baixo nível técnico do nosso futebol dá oportunidade para que vários jogadores em processo de aposentadoria possam prolongar sua carreira. Entre eles se encontra o sérvio Petkovic. É lógico que ele tem habilidade fora do comum, mas, principalmente com a sua condição atlética, teria poucas chances de jogar em qualquer liga da Europa, coisa que nem no auge da sua forma ele conseguiu.

Outro exemplo é Marcelinho Carioca. Depois de abandonar a carreira e se tornar comentarista, o meia voltou ao futebol e liderou o Santo André no acesso a Série A. Atualmente é uma das esperanças para evitar o rebaixamento do clube do ABC.

Vários jogadores de nível médio conseguem ter sucesso aqui no nosso futebol. O maior exemplo é Paulo Baier. O atual jogador do Atlético-PR, um dos maiores artilheiros da era dos pontos corridos, conseguiu muito sucesso em times como o rubro-negro paranaense e o Goiás, já sendo um veterano. No que seria o auge de sua carreira foi apenas um lateral esforçado de equipes tradicionais do Rio de Janeiro como Vasco e Botafogo.

Até os artilheiros do último Campeonato Brasileiro mostram agora que estão longe de serem grandes jogadores. Kleber Pereira vive um momento complicado no Santos, Washington não se firmou no São Paulo e Keirrison, depois de uma passagem ruim pelo Palmeiras, foi emprestado pelo Barcelona e hoje pouco joga no Benfica.

O Flamengo se acertou na parte defensiva no Campeonato Brasileiro com dois jogadores que estavam desempregados. Eles são o zagueiro Álvaro, que foi dispensado pelo Internacional, e o volante chileno Maldonado, que foi dispensado do futebol turco e ficou toda a janela de transferência procurando um time para jogar.

Comemoramos o repatriamento dos nossos craques, mas esquecemos de dizer que esses jogadores não tinham mais mercado lá fora. Atletas como Fred, por exemplo, já sem espaço no futebol europeu, tentam recomeçar a carreira no Brasil. Já Ronaldo, com seguidos casos graves de contusão, e Adriano, com sérios problemas pessoais e de disciplina, estavam perto de abandonar a carreira. De volta ao futebol nacional, mesmo jogando várias vezes longe da forma física ideal, conseguem fazer sucesso diante dos nossos zagueiros.

Se falarmos dos clubes, eles também estão fazendo feio em campeonatos internacionais, principalmente na Taça Libertadores. Faz muito tempo que os clubes brasileiros não conseguem bater um time estrangeiro numa final.

Desde 1999, quando o Palmeiras derrotou o Deportivo Cali na decisão, os nossos times só conquistaram dois títulos com as finais jogadas entre equipes nacionais. Em 2005, o São Paulo bateu o Atlético-PR e, no ano seguinte, o Internacional derrotou o tricolor paulista. Fora as derrotas nas finais, nesse período não faltaram histórias de eliminações para times sem tradição.

Temos um torneio bem disputado e emocionante, por isso devemos acompanhar a reta final do Campeonato Brasileiro, mas não devemos cair no ufanismo de que temos a melhor competição do planeta. Estamos muito longe disso.

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Para o Atlético-MG, que foi muito feliz na contratação de reforços na janela de transferências e saiu com um elenco muito reforçado. O clube conseguiu trazer o goleiro Carini, o volante Correa, o meia Ricardinho, que ainda busca atingir o condicionamento ideal, além do atacante Renteria. Com esses reforços o time deve conseguir uma vaga na próxima Libertadores. O título ainda é possível, mas os mineiros vão ter que torcer para que o Palmeiras comece a tropeçar.

Já falei várias vezes aqui, mas quase em todas as rodadas temos problemas na escolha dos uniformes das equipes. Na última semana, Náutico e São Paulo tiveram que trocá-los no intervalo, pois as camisas estavam confundindo os jogadores. Além disso, as marcas deveriam ter mais cuidado na identificação dos números dos jogadores. Na camisa preta do Vasco, por exemplo, fica quase impossível ver o número vermelho. O número amarelo na camisa do Atlético-MG também não é de fácil visualização.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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