Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 

humberto luiz peron

 

02/02/2010 - 14h39

Inchaço traz problemas

HUMBERTO PERON
Colaboração para a Folha Online

Está certo que atualmente um clube joga muito, disputa simultaneamente várias competições e, por isso, precisa ter um elenco com vários jogadores. Mas, ainda acho que ter perto de 20 jogadores de mesmo nível e que possam ser titulares da equipe, muito mais que uma solução, é uma fonte de problemas.

É muito complicado exigir que um atleta sempre acostumado a sair jogando aceite passivamente a ideia de não ser escalado em todos os jogos.

Um elenco de clube é muito diferente de uma seleção, por exemplo. Num selecionado, o jogador aceita ficar no banco porque respeita o titular como um grande jogador, o período de convivência é curto e, principalmente, ele sabe que qualquer problema causado pode afastar o seu nome da convocação.

Além disso, para alguns jogadores ficar no banco da seleção é uma honra. Mas, no clube, isso é sinal de humilhação.

Em times, a situação é totalmente diferente. Por mais que o jogador não diga isso em público, é fato que nenhum atleta gosta de ficar no banco ou ser afastado de uma determinada partida. Os jogadores preferem muito mais jogar que ficar treinando.

E aí começam os problemas para o treinador. Em pouco tempo, começa o descontentamento dos atletas porque seus companheiros são mais relacionados do que ele. Começa um burburinho do ambiente com jogadores acusando o técnico de favorecer um ou outro atleta e um racha entre jogadores que claramente demonstram com quais companheiros preferem atuar.

Sem dizer que os treinos se tornam autênticas batalhas, com os jogadores querendo provar que têm condições de jogar como titular.

Ter um excesso de jogadores que brigam para ser titulares atrapalha mais do que ajuda os treinadores. Além de precisar ficar sempre administrando o ambiente no elenco, ele demora muito para definir uma equipe titular e dar padrão de jogo para o time.

Por exemplo, se ele escalar um determinado jogador e esse atleta já no primeiro lance dar um passe errado, toda a torcida vai cobrar a entrada de quem ficou na reserva. Vai ser sempre assim. A cada jogo vai sempre aparecer uma dúvida se o treinador escalou certo o time, enquanto os torcedores vão sempre pedir a entrada do jogador que está no banco.

Eu prefiro equipes que tenham um time titular e uma forma de jogar bem definida. Uma equipe só ganha padrão tático e evolui quando joga várias vezes com a mesma formação, ou com o mínimo de alterações possível.

Por isso, além dos onze titulares um clube teve ter, no máximo, quatro ou cinco reservas de boa qualidade (no mesmo nível dos titulares) em posições chaves ou de atletas de características diferentes dos titulares. Resumindo: atletas que quando entrem, mudem a forma do time atuar e não apenas uma troca de nomes.

O restante do elenco deve ser formado por jogadores que possam entrar e manter o rendimento da equipe entrosada. Ou seja, atletas que sabem a sua condição importante de reservas e que podem entrar em jogo com uma missão específica.

No futebol, quantidade de bons jogadores no elenco está longe de ser sinônimo de times fortes.

Até a próxima.

A volta de Robinho ao Santos. Espero que na Vila, um ambiente que ele conhece tão bem e se sente bem, ele possa recuperar o seu grande futebol. Principalmente, que ao lado de jogadores jovens e rápidos, como Neymar e Paulo Henrique Ganso, ele recupere a alegria de jogar. Na péssima passagem pela Europa --fracassou no Real Madrid e não se firmou no ruim Manchester City--, Robinho se tornou um jogador comum e deixou de lado toda a irreverência e ousadia que foram suas marcas no início de carreira.

A dupla Vagner Love e Adriano, que vem dando muito certo no Flamengo, com direito a gol lindo, na partida contra o Americano, com uma tabelinha que começou na linha central do gramado. Na partida contra o Fluminense, o dueto também funcionou muito bem. A ida de Vagner Love para o Flamengo fez muito bem ao atacante. No time carioca, ele está muito mais solto e descontraído do que na sua melancólica e medíocre passagem pelo Palmeiras no ano passado.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página