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humberto luiz peron

 

07/12/2010 - 11h45

A receita do Fluminense campeão

HUMBERTO PERON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Extremamente justa a conquista do Campeonato Brasileiro pelo Fluminense. Não dá para se tirar o mérito de uma equipe que investiu na contratação de grandes jogadores, um grande treinador e conseguiu fazer um elenco forte e que desde o início da competição esteve entre os primeiros colocados.

Agora, enquanto os tricolores comemoram o título é importante saber o que transformou o Fluminense no Campeão Brasileiro de 2010.

O Craque - O time contou com o melhor jogador do Brasileiro, o argentino Conca. Precisa ser muito bom jogador para atuar em todas as partidas do time na campanha e, principalmente, quando não é possível ser brilhante jogar com regularidade. Mesmo nas partidas que não decidiu com seus gols e passes precisos, o argentino dificilmente jogou muito mal.

O Especialista - Não se pode negar, o treinador Muricy Ramalho sabe como fazer um time ir bem num campeonato de pontos corridos. Dos últimos seis, ganhou quatro, foi vice em um e, no ano passado, chegou à última rodada com chances de conquista. O título com o Fluminense premia o treinador que abriu mão de treinar a seleção para cumprir seu contrato com o clube, acaba com o argumento de alguns tolos que só gostavam de dizer que Muricy Ramalho só ganhava títulos porque contava com a estrutura do São Paulo e que ele não conseguia cuidar de problemas no relacionamento dos jogadores.

O Elenco - Está certo que o Fluminense fez muitas contratações durante o Campeonato Brasileiro, mas muito dos principais jogadores do time não estiveram em campo em várias oportunidades. O artilheiro Fred, por exemplo, só atuou em 14 jogos. O mesmo aconteceu com o herói Emerson (11 presenças) e Deco, apenas 16 partidas. Sem dizer que o time perdeu jogadores como os volantes Diguinho e Diogo que ficaram de fora em várias rodadas. Também acabaram - ou diminuíram muito - os problemas que sempre existiram nos últimos anos entre os jogadores contratados pelo parceiro e aqueles que só recebiam exclusivamente do clube.

A Defesa - Além de ser a melhor defesa da competição, só levou 36 gols, em 38 jogos, não nenhum exagero dizer que o sistema defensivo do time ajudou o time a ganhar muitos pontos. Ao todo, na campanha, o time terminou 12 partidas sem levar gols e dessas, em seis oportunidades, o Fluminense venceu por 1 a 0 e em outras duas houve empate sem abertura. Um tento tomado em qualquer uma dessas partidas e o título não iria para as Laranjeiras. Destaque para dupla de zaga formada por Gum e Leandro Eusébio - que também marcaram gols importantes - e o goleiro Ricardo Berna, que entrou no final do campeonato e acabou, pelo menos no Campeonato Brasileiro, com os problemas que o Fluminense teve com seus arqueiros nos últimos anos.

Poder de decisão - Dizem que o sistema de pontos corridos não mede se um time é forte nos jogos mais importantes e decisivos. O Fluminense mostrou que essa tese não é verdadeira. O time revelou força nas últimas nove rodadas - cinco vitórias e quatro empates, que podemos classificar como nove decisões, já que o Fluminense disputava ponto a ponto a liderança com Corinthians e Cruzeiro. É bom lembrar, que boa parte do poder de decisão do time surgiu no ano passado, quando boa parte do atual elenco fez o time escapar milagrosamente do rebaixamento.

Agora, confira a campanha do Fluminense em detalhes

Pontos - 71
Jogos - 38
Vitórias - 20
Empates - 11
Derrotas - 7
Gols pró - 62
Gols contra - 36
Saldo - 26
Aproveitamento de pontos - 62%

Pontos no primeiro turno - 38 (melhor campanha)
Pontos no segundo turno - 33 (terceira melhor campanha)

Pontos como mandante - 41
Pontos como visitante - 30

Pontos contra cada time:
Cruzeiro 3
Corinthians 0
Grêmio 6
Atlético-PR 4
Botafogo 2
Inter 4
Santos 3
São Paulo 4
Palmeiras 4
Vasco 4
Ceará 3
Atlético-MG 6
Flamengo 4
Avaí 6
Atlético-GO 3
Vitória 6
Guarani 3
Goiás 4
Prudente 2

Aproveitamento de pontos por faixa de classificação:

G-4 (jogos contra Corinthians, Cruzeiro e Grêmio) - 50% (9 pontos, em 18 disputados)
Copa Sul-Americana (jogos contra Atlético-PR, Botafogo, Internacional, Santos, São Paulo, Palmeiras, Vasco, Ceará, Atlético-MG e Flamengo) - 63,34% (38 pontos em 60 disputados)
Livres do Rebaixamento (jogos contra Avaí e Atlético-GO) - 75% (9 pontos em 12 disputados)
Rebaixados (Vitória, Guarani, Goiás e Grêmio Prudente) - 62,5% (15 pontos em 24 disputados)

Resultados mais freqüentes:

Vitórias
1x0 6
2x1 5
3x1 3
3x0 3
2x0 1
4x1 1
5x1 1

Empates
1x1 5
2x2 3
0x0 2
3x3 1

Derrotas:
0x1 3
1x2 3
0x3 1

Maior série invicta - 15 partidas
Maior série sem vitórias - 5 partidas

Depois de tantos números só há espaço para dizer: Parabéns, Fluminense!

Até a próxima.

Mais pitacos em: www.twitter.com/humbertoperon

DESTAQUE

Para Cruzeiro e Corinthians que chegaram à última rodada com chances reais de título e fizeram grandes campanhas. O time mineiro fez um segundo turno excelente, mesmo jogando longe do Mineirão, e mostrou que tem uma boa base para fazer sucesso em 2011. Já o Corinthians sempre esteve entre os três primeiros, mas perdeu o título quando precisou usar os seus reservas, no momento em que vários de seus principais titulares não puderam jogar ao mesmo tempo.

ERA PARA SER DESTAQUE

O excelente trabalho de Renê Simões que conseguiu evitar a queda do Atlético-GO. Ele pegou o time muito mal, com um elenco modesto, e mesmo sempre estando perto da zona de rebaixamento deu tranqüilidade aos seus jogadores. Para continuar na Série A, o time obteve vitórias importantes contra equipes que terminaram a competição entre os primeiros e, no jogo decisivo, contra o Vitória, na casa do adversário, soube controlar a partida e conseguiu o empate, resultado que interessava.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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