Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 

humberto luiz peron

 

28/12/2010 - 12h21

Altos e baixos no nosso futebol em 2010

HUMBERTO PERON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O final de ano sempre é uma boa oportunidade para se fazer um balanço do que fizemos nos últimos 365 dias. Aproveitando este período de retrospectivas, Futebol na Rede faz uma lista dos times, jogadores, dirigentes e técnicos que, atuando no Brasil, tiveram destaque. Também não se pode esquecer aqueles que tiveram problemas e terminam a temporada em baixa.

ALTOS

Internacional - Conquistou o bicampeonato da Copa Libertadores. A direção do clube fez a aposta correta ao substituir, durante o recesso da Copa do Mundo, o técnico Jorge Fossati por Celso Roth. O novo treinador mudou o esquema do time, eliminou o São Paulo nas semifinais e bateu o Chivas (México) na decisão. Pena para os colorados que o ano terminou com uma grande decepção (ver na relação de baixos), mas não se pode esquecer a conquista do título continental.

Fluminense - O clube levou a taça do Campeonato Brasileiro com todos os méritos. Finalmente o dinheiro investido pelo patrocinador do clube foi usado com critério na contratação de jogadores e comissão técnica. Destaque para o técnico Muricy Ramalho que abriu mão de treinar a seleção brasileira para honrar seu compromisso com o clube e conquistou seu quarto título nacional. Outro que brilhou foi o argentino Conca. Presente em todos os jogos da campanha vitoriosa, ele foi decisivo em vários jogos e foi o melhor jogador do Campeonato Brasileiro. Ainda é preciso citar o goleiro Ricardo Berna, que assumiu o gol da equipe nas últimas rodadas e cumpriu muito bem a sua missão.

Santos - O time da Vila Belmiro fez um primeiro semestre inesquecível, com as vitórias no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil. Seu time de garotos, reforçado pelo breve retorno de Robinho, foi a equipe mais espetacular do ano, com sua maneira ofensiva de jogar e construindo grandes goleadas. O time revelou o atacante Neymar com seu repertório de dribles e o cérebro Paulo Henrique Ganso, um armador refinado. A grande lição do time do Santos foi que é possível ganhar títulos dando espetáculos.

Grêmio - O clube ganhou o Campeonato Gaúcho, mas merece destaque pela sua grande reação no Campeonato Brasileiro. Depois de ficar na zona de rebaixamento, o time fez um segundo turno espetacular e terminou na quarta colocação no Nacional. Na virada gremista precisa se destacar o trabalho do técnico Renato Gaúcho, o ano espetacular do goleador Jonas, principal goleador do Nacional, e as excelentes atuações do goleiro Victor.

Coritiba, Figueirense, Bahia e América-MG - Com grandes campanhas, esses times se destacaram na Série B e estarão presentes na elite do nosso futebol em 2011. O Coritba superou o trauma da queda em 2009, apostou no trabalho do técnico Ney Franco e levou a taça. Já o acesso do Figueirense faz o futebol catarinense ter dois representantes na Série A. Com toda a sua tradição, o Bahia acabou com o sofrimento da sua torcida que desde 2003 via sua equipe longe da principal competição do país. Já o América-MG apostou com sucesso na mescla de veteranos e jovens e teve o experiente Fábio Jr. como artilheiro da Série B.

Armadores argentinos - O já citado Conca junto com Montillo (Cruzeiro) e D´Alessando (Inter) se destacaram numa posição em que o futebol brasileiro vive uma grande carência. Além de ditarem o ritmo de suas equipes, eles também mostraram muita disposição para chegar ao ataque e finalizar ao gol. Uma aula para os nossos jogadores que atuam na faixa central do campo, que só sabem marcar, correm muito com a bola e não são capazes de fazer um passe longo.

Dorival Jr. - Depois de comandar o acesso do Vasco, em 2009, o treinador fez um excelente trabalho no Santos. Depois de sua saída conturbada do time da Vila Belmiro, o técnico assumiu o Atlético-MG e comandou a reação da equipe que escapou do rebaixamento.

Mano Menezes - Mesmo eliminado na Copa Libertadores, o técnico fez um excelente trabalho no Corinthians e chegou ao comando da seleção brasileira --apesar de não ser a primeira opção da CBF para o cargo. Inteligente e competente tem tudo para fazer um bom trabalho e chegar ao Mundial de 2014 como nosso treinador.

BAIXOS

Campanha da seleção na Copa - O nosso time não encantou no Mundial da África do Sul. O estilo pragmático do técnico Dunga não deu certo e acabamos eliminados, nas quartas de final pela Holanda. A medíocre participação da seleção serviu para acabar --ainda bem-- com a seguinte tese: para ganhar é preciso jogar feio.

Internacional - Pelo vexame de ter sido eliminado pelo modesto Mazembe (Congo) na semifinal do Mundial de Clubes. Uma derrota que jamais será esquecida.

Trio de ferro - Os três grandes times da capital tiveram um ano ruim. O Corinthians passou em branco no ano do seu centenário e fracassou no seu principal objetivo na temporada que era ganhar a Copa Libertadores. Já o São Paulo, depois de muitos anos, virou um mero coadjuvante nas competições que disputou. Por fim, o Palmeiras passou mais um ano em crise. Com problemas políticos, o clube acabou com a base do time de 2009, gastou muito dinheiro em contratações --inclusive na volta do técnico Luiz Felipe Scolari-- mas o time fez campanhas medíocres em todos os torneios que participou.

Flamengo - Outro grande clube que teve um ano terrível. Além de fracassar em todos os torneios que disputou, a direção contratou, para logo depois dispensar, Zico, o maior ídolo do clube, na direção do futebol do clube.

Vitória, Guarani, Goiás e Grêmio Prudente - Rebaixados para a Série B. Vitória e Goiás depois de muito tempo vão precisar disputar a divisão de acesso. Apesar de o time baiano chegar à final da Copa do Brasil e o goiano ficar em segundo na Copa Sul-Americana, os dois times no Nacional sofreram com as seguidas trocas de treinadores e vários erros em contratações. Já o Guarani sofreu com a perda do atacante Roger logo no começo do campeonato. Finalmente, o Grêmio Prudente foi punido pela troca de sede e pela falta de estrutura.

Vanderlei Luxemburgo - Mais um ano que o treinador não consegue fazer um trabalho compatível com seu currículo vitorioso --e, por que não, também pelo grande salário que recebe. Apesar de ganhar o Campeonato Mineiro, fez uma campanha decepcionante no Atlético-MG, quando mesmo tendo carta branca para contratar jogadores, não conseguiu formar um time e deixou o clube em situação delicada no Brasileiro. No final do ano voltou ao Flamengo, mas pouco fez.

Silas - Grande revelação como treinador em 2009, quando dirigiu com grande sucesso o Avaí, o treinador não foi nada bem em 2010. Começou o ano no Grêmio, ganhou o Gaúcho, mas conseguiu armar um time forte. Acabou despedido. No Flamengo, sua passagem foi terrível.

Arbitragem - Foi muito ruim o nível de atuação dos nossos árbitros. Eles cometeram erros terríveis e mudaram o resultado de várias partidas. É triste, mas a verdade é que não temos nem dez árbitros que possam dirigir os jogos da Série A sem problemas. O problema é que vamos precisar de algum tempo para formar uma nova geração de árbitros, isso se quem comandar a arbitragem no Brasil for competente, o que não acontece há muito tempo. No final de 2009 eu disse a mesma coisa e não gostaria de repetir esse tópico no próximo ano.

Um excelente 2011 para todos nós e que os nossos times só tenham altos no próximo ano.

Até a próxima.

DESTAQUE
Se houve um aspecto positivo na polêmica unificação dos títulos brasileiros foi o fato de resgatar a história de muitos campeonatos --e também grandes times-- que muitos torcedores não conheciam. Já disse e repito: pouco me importa se a CBF reconheceu como títulos brasileiros as conquistas da Copa Brasil e do Robertão, torneios nacionais que existiram antes da criação do Campeonato Brasileiro, em 1971. O que vale mesmo é os títulos conquistados no campo. Em nenhum momento, a caneta de um burocrata vai fazer as conquistas de Santos, Palmeiras, Cruzeiro, Fluminense, Bahia e Botafogo se transformarem em algo muito maior do que eles representam para os torcedores desses times.

ERA PARA SER DESTAQUE
Mais uma vez --e isso eu faço desde 2002 --, não posso deixar de agradecer a todos os leitores que prestigiaram a coluna Futebol na Rede e, em especial, a todos aqueles que mandaram suas opiniões, elogios, críticas, sugestões e dúvidas. Esse contato com os leitores me motiva a continuar escrevendo e, principalmente, a melhorar a coluna no próximo ano. Não posso deixar de agradecer aos jornalistas que ficam na redação da Folha e todas as semanas colocam Futebol na Rede no ar. A primeira edição em 2011 será publicada no dia 18 de janeiro.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página