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humberto luiz peron

 

18/01/2011 - 15h17

Que não aconteça em janeiro de 2012

HUMBERTO PERON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Está certo que estamos no começo da temporada, mas já é possível observar vários equívocos no nosso futebol. Agora, só nos resta torcer para que elas não aconteçam no início do próximo ano, pois para 2011 não há como consertar.

Vamos começar pela Copa São Paulo. Não dá para um torneio, que se diz sério, ter quase uma centena de times. O torneio já foi uma referência na revelação de jogadores, atualmente é uma grande piada.

Se antes todos se preocupavam em descobrir quais seriam os futuros craques, hoje o campeonato chama mais a atenção por histórias - muitas bizarras - de alguns times e jogadores que participam do torneio.

Com a quantidade de times e sedes fica impossível acompanhar o torneio e principalmente os jogadores. O gigantismo atual da Copa São Paulo no lugar de dar oportunidades a mais jogadores, faz exatamente o contrário.

Sem uma seleção qualitativa dos times e a redução drástica dos participantes estamos perdendo muito mais talentos - os eventuais bons atletas que jogam em times fracos - do que revelamos jogadores.

Definitivamente a Taça São Paulo não é mais a principal competição das categorias de base do futebol brasileiro. Perdeu espaço para a Taça Belo Horizonte e para o Brasileiro sub-20.

Quem organiza o torneio também mostra que tem pouco inteligência quando faz competição sofrer a concorrência do Campeonato Paulista principal - o mais grave é que isso acontece na fase final da Copa, quando teoricamente estão os melhores times e jogadores.

Quando a Copa São Paulo tinha alguma relevância o torneio era a única atração para quem gostava de futebol em janeiro.

É duro dizer, mas a Copa São Paulo -- quem a chama de "Copinha" só colabora ainda mais para a decadência do torneio -- e seus jogos que foram meus únicos companheiros em muitas das minhas férias escolares, foi destruída e hoje virou uma competição ridícula, que serve apenas como interesse para poucos políticos e empresários.

Se a Copa São Paulo pode ser mudada e voltar aos seus melhores dias em2012, já do Campeonato Paulista não posso dizer o mesmo. É impossível que um torneio estadual tenha 20 equipes - o mesmo do Campeonato Brasileiro - e ser disputado em apenas quatro meses.

Está certo que os Estaduais não têm mais o mesmo apelo que tiveram no passado, mas a queda de prestígio do Campeonato Paulista foi enorme, graças ao seu enorme número de clubes - mais uma vez o gigantismo na jogada - é fácil de ser percebida.

Ninguém suporta uma maratona de jogos longa, com clássicos sem importância, para ver a classificação de oito clubes - mais uma decisão equivocada, pois isso leva os principais times a deixarem de lado o torneio mais ainda.

É preciso, o mais rápido possível, que se diminua o número de times ou se mude a fórmula de disputa. Com o modelo atual não só os grandes clubes pouco se interessam pelo torneio. O torneio também não é saudável nem para os times do interior - que também viraram times de aluguel e pararam de revelar jogadores como sempre fizeram.

Que em janeiro de 2012 não comece nenhum campeonato profissional. Acho que ainda há espaço para os Campeonatos Estaduais - eles não deveriam consumir mais que 15 datas, tornando viável o começo desses campeonatos em fevereiro.

Assim, os times possam fazer uma preparação física e técnica mais adequada. Além disso, em janeiro, mês de férias, equipes poderiam ganhar dinheiro disputando torneios de verão e amistosos.

Com o início dos torneios em fevereiro, quando os times estrearem nos campeonatos oficiais eles poderão utilizar os seus principais jogadores e todos os seus reforços. Atualmente, as equipes entram nas disputas com times remendados e é preciso cinco ou seis rodadas para que eles joguem completos.

Que os clubes consigam um meio de agilizar suas contratações - principalmente agora que é possível falar com alguém em qualquer parte do mundo sem muitas dificuldades - e não as transformem em novelas intermináveis.

Para que isso aconteça é preciso acabar com o número interminável de intermediários que surgem na contratação de qualquer perna-de-pau. Além de dificultar a negociação, o número de pessoas envolvidas encarece a negociação, pois todos querem generosas comissões.

Até a próxima.

Mais pitacos em: www.twitter.com/humbertoperon

DESTAQUE
O ano de 2011 não vai dar muitas alegrias aos palmeirenses. O clube começou o ano praticamente sem direção, esperando as eleições e não fez nenhum planejamento para a temporada. A nova diretoria não vai conseguir, quando assumir, montar um time competitivo, pois além do elenco atual ser ruim, não há muitos jogadores no mercado e a situação financeira do clube é péssima. Um Palmeiras que brigue por títulos só em 2012, isso se a nova diretoria tiver competência para isso. Infelizmente para a enorme torcida palmeirense - a única coisa que faz o Palmeiras ser um time grande atualmente - 2011 nem bem começou e o ano já foi perdido.

ERA PARA SER DESTAQUE
Ronaldinho Gaúcho foi para o Flamengo, time que era a preferência do craque desde que surgiu a possibilidade de sua volta para o futebol brasileiro. A ida do jogador para o time da Gávea foi bom para ambas as partes. Para o jogador foi a oportunidade de assinar um contrato por valores que não conseguiria no mercado europeu e no Flamengo ele vai ter a chance de recuperar um pouco do seu grande futebol. Para o clube foram abertas possibilidades de aumentar sua fonte de renda, além de reforçar o time. O que não é aceitável foi a maneira como foi conduzida a negociação pelo representante do jogador, que conversou com três times ao mesmo tempo, e arranhou a imagem do atleta.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

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