Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 

humberto luiz peron

 

29/03/2011 - 17h50

Palmeiras precisa muito de Scolari

HUMBERTO PERON
Colaboração para a FOLHA

A parte social do Palmeiras está um canteiro de obras, os torcedores "do contra" não se encontram mais em frente aos portões da Corneta - daí surgiu a expressão "Corneteiros" - a Turma do Amendoim sente saudades da numerada coberta do velho Palestra Itália, mas, mesmo assim, aqueles que querem a saída do técnico Luiz Felipe Scolari do cargo de treinador sempre conseguem se juntar.

A pressão desses grupos aumenta muito nos momentos em que o presidente Arnaldo Tirone está longe do clube - como na sua recente viagem ao Uruguai e na última semana quando ele comandou a delegação da seleção brasileira na partida contra a Escócia.

Com o mandatário longe, pipocam as fofocas que na volta do presidente muita coisa mudará no clube, como a dispensa de funcionários, revisão do contrato da Arena Palestra e, é lógico, a dispensa de Luiz Felipe Scolari - que quem defende a saída do técnico gosta de tratar como "corte das despesas do departamento de futebol".

Quem pede a saída do treinador, só pelo aspecto econômico comete um grande erro de avaliação.

Só a presença do técnico no banco traz credibilidade a um clube, que por uma série de erros última década começou, a ser visto com desconfiança por alguns profissionais - principalmente no atraso no pagamento de jogadores.

O fato de um jogador conseguir trabalhar com Felipão é decisivo para um atleta ir para o clube. Também é bom lembrar que esse argumento sempre é usado pelo Palmeiras, desde a chegada do treinador, no momento que o clube procura um atleta.

Isso pode parecer uma grande bobagem, mas com o Felipão, o Palmeiras paga salários inferiores aos que pagava antes da contratação do treinador. Sem Felipão e com a fama de mau pagador, o clube era obrigado, a oferecer muito mais dinheiro para seduzir o profissional.

Alguém tem alguma dúvida se isso é verdade? Pergunte a qualquer empresário que negociava com o Palmeiras se o clube não oferecia mais que os concorrentes. Também é fácil perceber o alto salário de alguns jogadores que foram contratados no período pré-Scolari e que o clube fez de tudo para se livrar.

Quem acha Felipão caro, não percebe o quanto o clube gastaria trocando de treinador a cada dois resultados negativos consecutivos. Não há no mercado um treinador que vai suportar a pressão da torcida do Palmeiras.

Pelos títulos conquistados no clube, a maioria dos torcedores tem muito mais paciência com ele, respeitam e dão suporte ao trabalho do técnico. Tenho absoluta certeza, que se não fosse Felipão, o clube entraria numa revolução após a eliminação na semifinal da Copa Sul-americana.

Quem reclama que o treinador não consegue dar padrão de jogo ao time, parece esquecer que o elenco do Palmeiras é fraco e com muitas carências. O treinador bem ou mal, conseguiu dar uma forma de jogar ao time. E para aqueles, que gostam de cobrar a viabilidade de Scolari só pelo aspecto econômico, ele já revelou vários jogadores e fez contratações que custaram muito pouco para os combalidos cofres do clube.

Técnico não ganha jogo. Mas o atual elenco limitado do Palmeiras só dá uma esperança ao torcedor palmeirense porque tem Luiz Felipe Scolari como técnico.

Por fim, Luiz Felipe Scolari é importante, porque, no atual momento do clube, ele é a única pessoa que conhece como derrotar o pior adversário do clube, que para quem não sabe - ou não entendeu ainda- é o próprio Palmeiras.

Até a próxima
Mais pitacos em: www.twitter.com/humbertoperon

DESTAQUE
A marca histórica de Rogério Ceni. Dificilmente vamos ver de novo um goleiro marcar 100 gols. Acho que o feito serve para coroar um atleta que teve a coragem de inovar, e, principalmente, treinar muito para ter um excelente aproveitamento nas cobranças. Bom também para torcedor do São Paulo, que vê seu maior ídolo entrar na história do futebol mundial e que pode comemorar o centésimo gol com um vitória contra o Corinthians.

ERA PARA SER DESTAQUE
O amistoso contra a Escócia foi muito bom para Neymar. Além da boa atuação e marcar dois gols, a partida serviu para ele aprender que só terá sucesso em jogos internacionais - ou jogando no futebol do Velho Continente - se parar com essa mania de se jogar quando recebe um tranco de um adversário e ficar pedindo faltas em todas jogadas. Ele viu que a torcida não tolera lances de simulação e que continuando nas jogadas é possível fazer gols, ou realmente sofrer uma falta.

humberto luiz peron

Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.

 

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página