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gilberto dimenstein

 

24/01/2012 - 09h25

Minha São Paulo do futuro

São Paulo nunca vai ser bonita, calma nem muito segura. Nem muita limpa. Por mais que tenhamos transporte público, o trânsito vai ser ruim. O estrago já está feito. Pode ser menos caótica. Mas a São Paulo do futuro vai ser cada vez melhor. Pelo menos para os padrões do que considero uma cidade melhor. E poderá ser ainda muito melhor se os governantes compreenderem como apressar seu futuro --o que, infelizmente, ainda não ocorre.

Neste período em que a cidade comemora seu aniversário, vemos a síntese das catástrofes, com as chuvas produzindo enchentes, doenças e engarrafamentos. Somem-se agora as imagens da cracolândia. Mas ao mesmo tempo vemos a inteligência da moda e das preparações para o Campus Party --dois exemplos de sofisticação da economia.

O fato é que, em meio ao caos, São Paulo está cada vez mais interessante por causa de suas ilhas de criatividade em moda, cultura, tecnologia, marketing, propaganda, design, arquitetura, finanças, mídia, e por aí vai. Posso assegurar que é uma das cidades mais vibrantes do mundo. Quem viaja pelas grandes cidades como Nova York, Londres, Paris, Berlim ou Barcelona sabe disso.

O triste é o atraso na mentalidade dos governantes, que não entendem que a única vocação possível da cidade é ser uma incubadora de talentos e não desenvolvem incentivos para o empreendedorismo.

Se os governos municipal, estadual e federal se unissem, poderíamos ter incubadoras espalhadas pela cidade, facilitando novos negócios. Temos a melhor universidade da América Latina, mas não temos um parque tecnológico. Imagine transformar o gigantesco Ceagesp (hoje um transtorno) num centro de inovação tecnológico ligado à USP, reunindo centros de pesquisas e empresas de ponta.

Existem centenas de galpões ao lado dos trilhos do trem, que poderiam virar centros de inovação, atraindo talentos.

Esse tipo de incentivo viabilizaria que uma ideia saísse do papel e virasse realidade, traduzida em empregos, gerando um ciclo virtuoso da inovação.

A efervescência que ocorre hoje não é por causa do poder público, mas apesar dele.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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