Brasileiro reinventa bicicleta

Comentei ontem sobre o manifesto por uma cidade criativa que circula na internet para enriquecer o debate na eleição municipal, na qual o que se vê, até agora, é a mediocridade. Trago hoje um exemplo acabado de cidade criativa: um brasileiro, o designer industrial Flavio Deslandes, reinventou a bicicleta. Sua bicicleta é feita de bambu e resinas de mamona -- e está fazendo sucesso na Dinamarca, o paraíso das bicicletas e do design (imagens aqui).

A ótima notícia é que, a partir deste mês, sua invenção prospera no Brasil e, especialmente, na periferia de São Paulo, num programa que tem tudo para se disseminar. É uma daquelas raras boas notícias sobre o nosso trânsito.

Está sendo montada uma pequena fábrica para fornecer essas bicicletas aos CEUs na periferia. Os alunos serão treinados para ir e voltar para as escolas pedalando, aprendendo as melhores rotas e cuidados. Eles serão acompanhados diariamente por monitores para evitar acidentes.

Combinam-se aqui mobilidade urbana, educação, ecologia e saúde. Quem sabe este seja um jeito também de lutar contra a praga da obesidade infantil?

Ainda vamos ter de esperar muito tempo até ver se o projeto funciona, com segurança, e se as bicicletas não vão sumir.

Mas a cidade criativa é aquela disposta a fazer experiências. Nessa experimentação, coisas que poderiam parecer malucas dão certo.

Cidades criativas precisam de malucos e visionários para colocar projetos inovadores em pedestais e incubá-los --antes que sejam destruídos pelos medíocres, que são viciados na repetição.

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Em poucas horas, o manifesto São Paulo Criativa, revelado ontem nesta coluna, teve 600 assinaturas, apoiado por nomes da elite cultural paulistana. Sinal de que o assunto tem eco na sociedade (acesse aqui).