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gilberto dimenstein

 

25/03/2012 - 09h08

A felicidade dos ridículos

Quando há dois anos se propôs no Congresso projeto prevendo que o direito à felicidade fosse incluído na Constituição, alguns políticos, especialmente o senador Cristovam Buarque, viraram motivo de deboche nacional, chamados de ridículos e alvos dos linchadores digitais. E assim a ideia foi desprezada em muitos lugares. Esse caso mostra a importância dos ridículos.

Apesar de debochada, a ideia consegue agora, no Brasil, ganhar status acadêmico --o que significa que vai, mais cedo ou mais tarde, virar política pública. A Fundação Getúlio Vargas decidiu criar um índice batizado de Felicidade Interna Bruta, que vai além dos critérios convencionais, que pouco medem sobre como as políticas públicas estão relacionadas à satisfação dos cidadãos.

A ideia da felicidade, como eixo de políticas públicas, foi lançada num movimento (também debochado por muitos intelectuais e formadores de opinião) chamado Mais Feliz. Não bastam só os números frios do crescimento econômico.

Estamos discutindo uma sofisticação de medida de riqueza, além do concreto, abrangendo o subjetivo --a sensação de segurança, por exemplo. É uma mudança e tanto do jeito de olhar indicadores econômicos. É aquela letra da música: a gente não quer só emprego.

Não raros são os ridículos, sem medo de serem ridículos, que desafiam o senso comum e anunciam o futuro.

Na era do tempo real, cada vez menos gente tem coragem de desafiar o senso comum, sempre olhando na aprovação imediata.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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