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gilberto dimenstein
O arrastão tucano e os namorados
Pela primeira vez, o Dia dos Namorados virou motivo de medo coletivo em São Paulo -- e com razão. Há um temor de que o restaurante será atacado por uma arrastão. Prepara-se uma operação de guerra.
A redução da violência em São Paulo, no geral, e na capital, em particular, era a melhor notícia produzida pelo PSDB --incomparavelmente melhor do que os indicadores gerados nas escolas públicas. Passava uma sensação de ordem. Os arrastões são a pior notícia.
Houve uma redução da violência extraordinária no que se refere aos assassinatos. Caiu a incidência de sequestros. Mas pouco se podia comemorar em relação aos roubos. Os arrastões atingiram a alma do paulistano, ao atacar um dos maiores prazeres dos paulistanos: comer fora. Como atingiram bairros da gastronomia, o medo ficou generalizado.
Some-se a isso que prédios de alta classe média ou de ricos também foram alvos, desmontando sistemas pretensamente seguros. Pergunto-me se o pessoal que faria sequestro acha o arrastão mais seguro.
O fato é que a classe média, grande base eleitoral do PSDB, está mais apavorada e ainda mais descrente da polícia. Muitos arrastões ocorrem, como mostra a Folha, a poucos metros de bases policiais.
Politicamente, os tucanos são a grande vítima dos arrastões.
Se o PT quiser fazer disso bandeira eleitoral --o que é bem provável-- pelo menos poderia dizer, sem demagogia, como faria melhor.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
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