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gilberto dimenstein

 

09/08/2012 - 09h25

A "injustiça" contra os ricos

Vejo bons argumentos --tantos legais como acadêmicos-- entre os que questionam a medida aprovada no Congresso de criação de uma cota de 50% para os alunos de escolas públicas nas universidades federais. Particularmente, prefiro um sistema de bônus nas notas do que cotas. Difícil não ver nessa medida uma invasão na autonomia universitária.

O que me incomoda, porém, é que a elite grita contra essa medida que considera injusta, mas quase ninguém grita contra a maior das injustiças do ensino superior público --o de que ele é bancado com o dinheiro dos pobres, mas poucos pobres entram. A universidade pública já tem garantida uma cota para os ricos que, além da vaga, ganham a gratuidade.

O correto seria cobrar dos mais ricos e, com esse dinheiro, dar bolsa aos pobres, além de investir mais recursos para pagar melhor os professores.

Em toda essa greve das federais, não ouvi um sindicato dizendo que, talvez, quem sabe, uma forma de financiar as universidades também seja a mensalidade de quem passou a vida toda pagando caras escolas privadas.

Na maioria das vezes, as universidades veem a aproximação com as empresas, capazes de trazer financiamentos, como uma contaminação, não colaboração. Outros atacam as fundações das universidades públicas (onde se arrecadam recursos privados) como um desvio --e essa deveria ser a rota.

*

Como estamos em ano eleitoral nas cidades, cito aqui um bom exemplo. IBM e Senac criaram um centro de inovações para as cidades, no qual estudantes serão estimulados a desenvolver soluções que, depois, serão distribuídas gratuitamente. Mais detalhes aqui.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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