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gilberto dimenstein

 

17/10/2012 - 12h18

Maldição

Convidei ontem José Serra a assinar documento, comprometendo-se a ficar na prefeitura até o final -- ele se recusou, dizendo que sua palavra já bastaria. Hoje, fiz a mesma proposta a Fernando Haddad, que assinou. Por que a cada eleição faço esse ritual com todos os candidatos? Resposta: para ajudar, mesmo que simbolicamente, a combater uma maldição.

O fato de Serra deixar de assinar não significa que ele vá, de novo, descumprir sua promessa. Estou até razoavelmente convencido de que ele, se eleito, não teria coragem de deixar a prefeitura.

Também não acho que Haddad deixe o mandato. Mas vou esperar para ver. Afinal, se eleito, ele será uma das estrelas do PT e vai aparecer nas pesquisas para governador.

Leio uns bobocas dizerem que, por trás desse meu gesto, haveria uma ardilosa trama. Falam até, entre tucanos, da "maldição Dimenstein". Nem se lembram que entreguei o mesmo papel a Marta Suplicy que, em 2004, era a favorita.

A grande maldição paulistana -- e aí não existe partido que se salve, nem PT nem PSDB -- é encarar a cidade de São Paulo como uma plataforma para projetos estaduais e federais.

São Paulo precisa de estadistas locais para quem a cidade seja o começo, o meio e o fim. Gente que nem se preocupe com a reeleição.

Podem dizer que sou um tolo e ingênuo. Mas é para destilar didaticamente essa visão de uma cidade que, mesmo correndo o risco de fazer o papel de ingênuo, peço a assinatura dos candidatos em documento.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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