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gilberto dimenstein
Danem-se os doentes pobres
Interessante acompanhar o debate sobre a obrigatoriedade do exame, que ocorre amanhã em São Paulo, aos alunos que estão saindo das faculdades de Medicina.
Estudantes prometem boicote, estimulados pelas direções de várias escolas e até pelo Ministério da Saúde. Em síntese, é o seguinte: danem-se os doentes.
Estudantes dizem que a avaliação é falha e deveria ser feita por vários anos, avaliando também as faculdades. Certo. Diretores de faculdades dizem que o exame é teórico. Certo.
Outros dizem que a prova deveria ser feita não por uma entidade de classe (Cremesp), mas pelo poder público. Certo.
Tudo isso pode estar certo, mas o fato é que os exames passados mostraram resultados terríveis de despreparo --e isso ninguém pode negar. É gente que vai direto para o pronto-socorro sem saber detectar uma virose ou tuberculose.
E o que temos até agora é só esse exame. É pouco, admito. Mas mesmo assim querem acabar. Façam testes melhores e, depois, tirem esse.
Ou seja, danem-se os doentes. Quem paga no final são os mais pobres, que vão cair nas mãos dos piores médicos.
![gilberto dimenstein](http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11133184.jpeg)
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
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