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gilberto dimenstein
São Paulo contra a burrice
Um projeto que será exibido no final deste mês num encontro de arquitetos vai mostrar um lar-escritório: serve ao mesmo tempo para a família viver e como escritório em que possam trabalhar muitas pessoas ( veja as imagens aqui ).
É uma solução que se insere na onda dos trabalhos cooperativos --uma marca da era da internet--, especialmente na busca de menos deslocamento nas cidades, cada vez mais congestionadas.
Esse lar-escritório ajuda a ilustrar um dos avanços paulistanos contra a burrice urbana. Já virou consenso a ideia de que o poder público tem de lutar para fazer com que as pessoas trabalhem mais próximas de onde vivem.
Esse consenso vai ser visto no mais abrangente documento já realizado sobre o futuro paulistano, intitulado SP 2040. Desde 2010 foram ouvidas 25 mil pessoas, importantes consultores internacionais, 40 especialistas da USP, além de 80 técnicos da prefeitura.
E o que se pretende é uma cidade em que tenhamos praças e bibliotecas acessíveis a pé, transporte público no lugar dos automóveis, rios transformados em parques lineares, descentralização da atividade econômica.
É uma cidade em que se anda a pé e de bicicleta --e o carro não faz tanta falta.
Por abranger tanta gente e de grupos tão diferentes, é o melhor projeto contra a burrice urbana que São Paulo já fez. E sem inventar a roda.
Juntando verbas municipais, estaduais e federais --e levando em conta que estamos falando de 2040--, não estamos falando de uma alucinação, mas de uma possibilidade.
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Se Fernando Haddad for esperto, ele usará esses estudos para seu governo.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
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