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gilberto dimenstein

 

15/11/2012 - 09h05

Prisões cretinas

Os petistas condenados ao xadrez provocaram o debate sobre a desumanidade dos presídios, onde seres humanos são tratados como animais. Veja um caso de óbvio cretinice. São milhares os jovens pobres presos (sem arma) com pequenas quantidades de droga que, pelo entendimento do juiz, são apontados como traficantes - fossem ricos, mais provavelmente seriam apenas consumidores.

Será que a sociedade ganha algo jogando esses seres desarmados numa jaula? É justo esse tipo de punição para alguém que não oferece risco de violência? Ainda mais quando o sistema prisional já está tão superlotado? Isso não é fazer justiça. E nem protege a sociedade. É apenas perversidade.

É necessário que gente privilegiada como José Dirceu ou Genoino acabem no xadrez para trazer à luz essas humilhações, denunciadas há tanto tempo e quase nunca ouvidas.

Como o leitor desta coluna sabe, defendo que só se deve colocar na cadeia pessoas que tragam risco físico para a sociedade. Nem rico nem pobre podem ser submetidos à degradação, patrocinada pelo poder público.

*

Recebi aqui centenas de críticas iradas e histéricas por dizer que José Dirceu não deveria ir para cadeia, mas, sim, pagar seu crime com multas e penas alternativas. Isso me faria conivente com a impunidade?

Não acho que ele ofereça risco físico à sociedade - assim como o consumidor de drogas tratado pelo juiz como traficante.

O papel do jornalismo, nestas horas, não é se impressionar com as histerias e sedes de vingança, mas propor reflexão. E o sistema prisional que temos, amparado por uma legislação velha, está longe de um país civilizado. Serve até mesmo para ajudar o crime organizado tipo PCC.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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