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gilberto dimenstein

 

19/11/2012 - 08h14

Um tapa na escola pública

Reportagem publicada pela Folha revela um crescimento acelerado (147%) das escolas que cobram mensalidades até R$ 500 na cidade de São Paulo, enquanto, na rede pública, queda de 14%. É um tapa no ensino público, no geral -e nos governantes em particular. Deveria ser o contrário: com as tão prometidas melhorias dos governadores e prefeitos, a classe média emergente seria seduzida a colocar o filho nas escolas oficiais.

Não é garantia nenhuma que uma escola privada com mensalidade mais baixa ofereça educação de qualidade. O problema é como o pobre percebe, muitas vezes, a rede pública: professores que faltam em excesso, classes muito cheias, infraestrutura precária, violência, e por aí vai. E, para completar, dificuldade de exigir mais qualidade, afinal existem poucos canais de comunicação entre os pais e a direção para encaminhar e resolver as queixas. Exigir mérito dos professores esbarra muitas vezes no sindicato da categoria, capaz de dobrar os governos. Nem ao menos se discute como os aumentos salariais deveriam estar condicionados a um melhor desempenho dos alunos.

Melhor, então, pagar para poder pelo menos cobrar na ilusão de um serviço melhor, colocando a escola não como no plano de defesa do cidadão, mas do consumidor.

O triste disso tudo: se a classe média ficasse na escola pública haveria mais pressão e transparência, exigindo-se melhor desempenho.

Sugeri por várias que em cada escola pública houvesse uma linha direta por telefone como uma ouvidoria da educação. Tão óbvio. As reações: fui considerado um inimigo dos professores e de seus sindicatos.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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