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gilberto dimenstein

 

25/11/2012 - 09h14

Paulistanos selvagens

Uma grande parte dos paulistanos ( 43%) aceita, sem problemas, o extermínio de marginais por policiais - o que significa, na prática, que não acredita na Justiça. Esse dado, encontrado pelo Datafolha, mostra nitidamente que a mais importante cidade brasileira vive na selvageria.

Estamos no século 21, depois de décadas de democracia, acreditando na justiça com as próprias mãos - o que estimula comportamentos violentos. Aceita-se, em suma, a ideia de que bandido bom é bandido morto.

A barbárie também é visível em outro dado da pesquisa: só 11% dos paulistanos se sentem muito seguros de andar à noite. Ou seja, é uma população que se sente abandonada.

Sempre houve apoio à barbárie ( aliás, um apoio comum entre determinados meios de comunicação), mas era de se esperar que, com o avanço da democracia, do crescimento econômico, da distribuição de renda e da educação, ficássemos mais civilizados.

Ficamos falando quase sozinhos quando defendemos ideias como a importância da educação pública de qualidade para reduzir de forma sustentável a violência. Sabemos como investir na primeira infância tem efeitos duradouros - além de trabalhos focados na juventude das periferias.

A população, amedrontada, quer sangue. Prefere-se mesmo o assassinato. E assim ficamos tão selvagens como os marginais.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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