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heloísa negrão

Boniteza  

12/12/2012 - 14h58

Tratamentos com laser e luz pulsada chegam aos salões

DE SÃO PAULO

Deite na maca, feche os olhos -que serão cobertos por algodões-- e se prepare para o show de pisca-pisca de luzes laranjas e azuis. Ao fim da sessão de uma hora, a pele está mais hidratada e o aspecto cansado foi embora.

Os tratamentos com luz pulsada ou laser, que já invadiram as clínicas de estética, chegam também aos salões de cabeleireiro. Para desgosto dos dermatologistas, que torcem o nariz para a popularização desses procedimentos, antes feitos nos seus consultórios.

Muitas clínicas oferecem o serviço de fotodepilação a um preço próximo do cobrado para retirar os pelos com cera. Os aparelhos de luz pulsada são mais baratos que os de laser, porém, segundo o dermatologista Davi Abrantes de Lacerda, a contratação de não-médicos é principal fator de barateamento desses processos. "Tudo caminha para que aconteça como na Europa, onde é possível comprar por US$ 500 um aparelho de luz pulsada para se depilar em casa", diz Lacerda.

Independentemente de ser em casa ou em clínicas, é recomendado procurar um dermatologista antes de se expor a todas essas luzes.

"Tanto o laser como a luz pulsada podem ser usadas em todos os tipos de pele, mas os parâmetros usados para cada tipo de pele e pelo mudam. E somente um dermatologista vai saber indicar o melhor procedimento para cada paciente", diz Lacerda.

"A depilação a laser deve ser realizada por um médico capacitado a programar o aparelho de maneira que não resulte no aparecimento de novos pelos, pelo uso de uma potência muito baixa, ou em queimadura, manchas ou hipocromia da pele, decorrentes de uma programação inadequada", diz a dermatologista Carla Vidal.

Além disso, Lacerda alerta para os possíveis danos do uso indiscriminado. "O laser e a luz pulsada são comprovadamente seguros a longo prazo, pois os testes foram feitos em pessoas fizeram no máximo dez sessões". Com a popularização desses tratamentos é recente, nenhuma agência reguladora conseguiu estudar possíveis danos do uso excessivo dessas luzes a longo prazo.

MAS COMO QUE FUNCIONA?

Os tratamentos a base de luzes cuidam desde a extração do pelo da perna até a redução das rugas nos olhos. Em comum, todos eles atuam esquentando a derme ou alguns componentes específicos dela, como a melanina e a hemoglobina. "Tudo que esquenta a camada abaixo da pele (derme) pode gerar colágeno, que melhora o aspecto do local", simplifica o dermatologista Lacerda.

"As luzes conseguem tratar vários problemas de pele devido aos diferentes comprimentos de onda que possuem e aos filtros, que possibilitam atingir ora a melanina da pele (como cromóforo), ora a melanina do pelo, ou a hemoglobina e a água das células produzindo efeitos e resultados diferentes de acordo com a patologia do paciente", explica a dermatologista Camila Ciarlego, membro da Sociedade Brasileira de Laser e Academia Americana de Laser.

"A fotomodulação é feita com um laser de baixa potência, que estimula a troca de água entre as células, deixando-as mais túrgidas e, por isso, o aspecto mais hidratado da pele", diz Lígia Volpi, fisioterapeuta dermo-funcional que atende no salão C.Kamura.

A principal diferença entra o laser e a luz pulsada é a quantidade de espectros. A luz pulsada é como se fosse uma luz solar, e possui desde raios ultravioleta até o infravermelho. Já o laser possui somente um comprimento de onda, por isso é mais forte.

Um mesmo tipo de laser, chamado de CO2, pode ser forte como um maçarico para queimar uma verruga ou então difuso, como se tivesse sido peneirado, para reduzir as rugas.

"O CO2 fracionado não queima toda a pele, mas faz pequenos buraquinhos, que, em conjunto, ajudam a melhorar o aspecto da pele enrugada por estimular a criação de colágeno (uma resposta da pele a essas pequenas feridas)", diz Lacerda.

O dermatologista conta que, durante os anos 90, o laser CO2 era usado de maneira direta, sem ser peneirado. Isso reduziu as rugas de muitas mulheres, mas deixou várias cicatrizes em contrapartida. Segundo ele, com o fracionamento do feixe de luz, as cicatrizes desapareceram.

DEPILAÇÃO

Tanto o laser quanto a luz pulsada atuam na melanina, responsável pela cor. Eles estimulam o seu aquecimento, matando o que está ao redor, que é a parte que produz o pelo. O que diferencia os dois é a intensidade.

A ação dessas luzes sobre a melanina pode causar queimaduras se os aparelhos não forem bem regulados. Segundo Lacerda, os negros estão mais suscetíveis à queimadura exatamente por terem mais melanina na pele. Já quem tem lúpus, deve ficar longe desses procedimentos, pois a doença deixa a pele hipersensível à luz.

Por agir no pigmento que dar cor ao pelo, as fotodepilações não funcionam em pelos brancos.

heloísa negrão

Heloísa Negrão, 27, é formada em jornalismo pela PUC-SP e em ciências sociais pela USP. É editora-adjunta de Novas Plataformas. Escreve às quartas e às sextas-feiras.

 

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