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heloísa negrão

Boniteza  

20/03/2013 - 18h14

Cabelo de palha de aço na SPFW gera polêmica; estilista diz que fez crítica ao racismo

O desfile de Ronaldo Fraga, que aconteceu nesta terça-feira na SPFW (São Paulo Fashion Week), gerou polêmica nas redes sociais.

O estilista usou palha de aço no cabelo das modelos como parte do tema do desfile: o futebol e os negros brasileiros.

"Pra você que achou que pintar modelo branca de negra era o auge do racismo, olha aí outra", escreveu o rapper Emicida antes do link da reportagem da revista 'Vogue' sobre o desfile. O post teve 98 retuítes.

Na página do Facebook "Preconceito Racial não é mal-entendido, é crime", um dos usuários escreveu que o "editorial de moda tem como objetivo apenas reforçar os estereótipos negativos contra os afrodescendentes".

"Já não é a primeira vez que, sob pretexto de prestigiar algo relacionado ao negro e a sua cultura, racistas velados, frutos de uma sociedade com análises racistas, tenta nos "homenagear", escreveu Bruno Candido, no blog Afrokut.

"O meu desfile, incluindo a beleza, é uma crítica ao racismo e ao preconceito que respinga até os dias de hoje. Em nenhum momento falo em homenagem", afirmou Ronaldo Fraga.

Marcos Costa, responsável pela beleza do desfile escreveu em seu blog que não teve a intenção de "ofender ou discriminar quem quer que seja".

"A ideia para o look do desfile era ressaltar a beleza de cabelos que podem ser moldados como esculturas, não importando o fato de serem crespos. Depois de testarmos alguns materiais, Ronaldo sugeriu a palha de aço. Foi também uma forma de subverter um preconceito enraizado na cultura brasileira. Por que o negro tem de alisar seus fios?".

*

Leia a íntegra do comunicado de Ronaldo Fraga:

"O meu desfile, incluindo a beleza, é uma crítica ao racismo e ao preconceito que respinga até os dias de hoje. Em nenhum momento falo em homenagem.

Voltei para um tempo em que o futebol, o tema que escolhi para esta coleção, deixava de ser um esporte exclusivamente branco, de elite, para se ajoelhar diante da ginga, da dança que os negros emprestavam da capoeira pra driblar o time adversário.

Tomei como objeto de pesquisa este esporte como formação de identidade, de costumes e da história brasileira. Procurei, como em outras coleções, fazer uma análise crítica e analítica sobre a influência e apropriação do futebol pelo brasileiro."

heloísa negrão

Heloísa Negrão, 27, é formada em jornalismo pela PUC-SP e em ciências sociais pela USP. É editora-adjunta de Novas Plataformas. Escreve às quartas e às sextas-feiras.

 

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