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Kennedy Alencar

 

16/06/2012 - 07h15

A CPI corre risco

A punição ao escândalo Cachoeira pode ficar resumida à cassação do mandato de Demóstenes Torres, desde que o Senado não caia na tentação de usar o anacrônico voto secreto para absolver o político goiano. Voto secreto no Senado é um risco.

Nos últimos dias, o tempo político deu uma virada. Há chance de a Justiça invalidar as provas da operação Monte Carlo. A CPI parece perder tempo ao evitar a convocação de Fernando Cavendish, o dono da empreiteira Delta. Depois dos depoimentos dos governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marconi Perillo (PSDB-GO), petistas e tucanos passaram a pensar até onde vale a pena tocar a CPI.

Só a pressão da opinião pública aliada a um senso de responsabilidade dos integrantes da CPI tem chance de impedir um desfecho que puna apenas Demóstenes. Se ficar só nisso, seria pouco.

O peso da opinião pública pode levar os tribunais superiores a avaliar o custo político de invalidar uma operação que desbaratou um esquema de tentativa do sequestro de Goiás e que espalhou seus tentáculos por outros Estados.

Um trabalho bem feito pela CPI iria além das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. Para isso, o comando nacional da Delta deve ser alvo da comissão. Cavendish deve ser convocado a depor. E o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), diante do desempenho político de Queiroz e Perillo, deveria preferir ir o quanto à CPI.

A Delta foi jogada ao mar pelo Palácio do Planalto, mas o governador do Rio ainda não.

Os freios da CPI são o temor dos tucanos em relação a Perillo, a hesitação do PT sobre o alcance da investigação, a vocação peemedebista para tentar abafar escândalos e a boa relação de Cabral com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

*

PERNA CURTA

Ainda que a Justiça invalide provas das operações Monte Carlo e Las Vegas, o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) está amparado num ponto que deverá levar Demóstenes a perder o mandato: a quebra do decoro parlamentar por ter mentido ao plenário do Senado a respeito das íntimas ligações com Carlinhos Cachoeira.

Kennedy Alencar

Kennedy Alencar escreve no site às sextas. Na rádio CBN, é titular da coluna "A Política Como Ela É", que vai ao ar no "Jornal da CBN" às 8h55 de segunda a sexta. Na RedeTV!, apresenta os programas "É Notícia" e "Tema Quente".

 

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