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Kennedy Alencar

 

28/08/2009 - 11h49

O futuro de Palocci

Com placar apertado, 5 a 4 no STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-ministro Antonio Palocci Filho ficou livre de responder judicialmente pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa --episódio que levou à sua queda da pasta da Fazenda no final de março de 2006.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer reabilitar Palocci politicamente. Tem feito gestos nesse sentido. O ex-ministro e deputado federal foi escalado para relatar e articular projetos de interesse do governo na Câmara. Lula o escuta semanalmente sobre economia e estratégia política.

No entanto, o presidente acha que ainda falta um acerto com os eleitores, não apenas com a Justiça. Daí ter feito um acordo de bastidor com o ex-ministro: Palocci deverá ser o candidato do PT ao governo paulista no ano que vem.

O objetivo é aproveitar uma campanha majoritária no maior Estado da federação para tentar "limpar o nome". Ou seja: usar o tempo de TV e a campanha para vender seus argumentos e tentar minimizar a imagem mortal de poderoso que prejudicou um homem do povo. Assim, poderia voltar ao jogo principal da política.

Um ministro de Lula costuma dizer que Palocci tem uma "tatuagem", algo difícil de ser removido. Por isso, a campanha paulista seria o palco propício. O PT não tem candidato forte. O empresariado gosta de Palocci. Ele está livre de todas as acusações judiciais. Tem talento. Poderá dar um palanque razoável à candidatura presidencial. Enfim, Palocci poderá obter uma vitória política mesmo que sofra uma derrota eleitoral.

Ser um plano B na disputa presidencial é carta fora do baralho. Lula não deseja correr esse risco. Está mais do que fechado com a provável candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Dilma está bem de saúde, dizem auxiliares e ministros de Lula. Enfim, é ela e ponto.

Lula e Palocci sabem que será difícil vencer a eleição paulista --o favoritismo é do PSDB, que comanda o Estado desde 1995. Na hipótese de derrota de Palocci e de vitória de Dilma, Lula o indicaria para ocupar a Casa Civil no futuro governo petista. Caso percam Dilma e Palocci, ele poderia se dedicar a consultorias econômicas e a fazer política no PT. Lula avalia que uma candidatura a deputado federal o carimbaria como político com teto.

Lula resiste a reconduzir Palocci ao primeiro escalão. Está insatisfeito com a crise que Guido Mantega gerou na Receita Federal, mas não passa por sua cabeça substituir o ministro da Fazenda. Rumores no sentido de troca na Fazenda não devem ser levados em conta.

A decisão do Supremo Tribunal Federal e a sinalização do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) de que não deverá concorrer ao governo paulista pavimentam o caminho para Palocci disputar o Palácio dos Bandeirantes.

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Outro plano B

Em caso de derrota no STF, Palocci tinha um plano B. Uma pessoa estava disposta a assumir toda a responsabilidade pela quebra ao longo do eventual processo. Não foi preciso, porém.

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Homem de valor

Palocci também poderá exercer, simultaneamente à eventual candidatura paulista, um papel de destaque na eventual campanha de Dilma. Ele transita bem no empresariado. É o homem talhado para complicadas tarefas nessa área.

Kennedy Alencar

Kennedy Alencar escreve no site às sextas. Na rádio CBN, é titular da coluna "A Política Como Ela É", que vai ao ar no "Jornal da CBN" às 8h55 de segunda a sexta. Na RedeTV!, apresenta os programas "É Notícia" e "Tema Quente".

 

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