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luiz caversan

 

23/06/2012 - 10h41

O fim do mundo

Sonhei que o mundo tinha acabado.

Árvores calcinadas, céu cor de chumbo derretido, edifícios destruídos, apenas poucos andrajosos com peles e roupas fumegantes vagando sem eira, este era o cenário apocalíptico em qualquer direção que olhasse.

A dor e o medo eram evidentes em todos os rostos e nos gritos dos pobres animais e aves e répteis em desabalada carreira.

Mas tinha alguma coisa errada neste sonho...

Por qual razão tudo se acabou tão depressa?

Não, não fora nenhuma explosão atômica ou invasão alienígena, me informava com voz gutural um ser com olhar messiânico. Não: o homem, o homem, repetia ele.

Afinal, todas as previsões mais catastróficas se confirmaram e em questão de semana ou dias ou horas o ser humano exauriu todos os recursos do planeta e fez da Terra uma terra arrasada, devastada, estuprada.

Quem mandou não ouvir o grito de alerta que veio na voz profética de todos aqueles que estão sintonizados com a grande energia que emana da natureza, da grande Gaia? Quem mandou fazer documento chinfrim na Rio + 20? Quem mandou não andar de bicicleta? Continuaram a comer comida "ruim", usar água demais na hora do banho, transportar-se daqui para ali de carro ou avião, gastar exageradamente o oxigênio que Deus lhes deu. Por que, por quê?

Deu no que deu...

Até que demorou muito, aprendi no meu pesadelo, para o homem ser finalmente punido.

Punido por pensar, criar, produzir e meter os pés pelas mãos, esquecendo-se de Rousseau e deixando de ser basicamente bom.

A insistência do homem em ser o único animal inteligente e fabril criado por quem quer ou o que quer que seja determinou seu fim.

O resto é cinza.

Ou paranoia...

luiz caversan

Luiz Caversan é jornalista e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos 'Cotidiano', 'Ilustrada' e 'Dinheiro', entre outras funções. Escreve aos sábados.

 

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