Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 

luiz caversan

 

04/05/2001 - 00h00

Um dia especial

Outro dia usei este espaço para falar mal da televisão. De fato, motivo para isso não falta: a quantidade de lixo que vai ao ar diariamente pela telinha que está presente na maioria das casas dos brasileiros é de matar. Baixarias, vulgaridades, apelações, humor chulo, interpretações desastrosas, tramas iverossímeis etc., etc.

Visto sob um certo ponto de vista talvez mais sarcástico, isso tudo pode servir para alguma diversão, pelo absurdo da coisa. Como dizem os moderninhos, é humor "trash".

Sempre restará, é claro, o recurso do controle remoto para procurarmos algo menos pior para ver, ou coisas de qualidade mesmo, no caso de quem tem TV paga.

No limite, desliga-se o monstrinho.

Mas, alguma insistência pode ser premiada com boas surpresas.
Foi o caso da última terça-feira, um dia especial em que a TV Globo colocou no ar em seguida "Casseta e Planeta Urgente" e "Brava Gente".
Dois exemplos alvissareiros de que ainda há vida inteligente na TV brasileira.

O primeiro programa foi, mais uma vez, cáustico e hilário nas suas sátiras a personagens da vida nacional. Destaque para a paródia que Bussunda fez do ainda senador Antonio Carlos Magalhães. De baiana do acarajé, mutretando o placar eletrônico do estádio de futebol de Salvador ou fazendo "bico" como o cantor Dorival Caymmi, ele estava demais. Foi um excelente aquecimento para o show de mentiras que se viu dois dias depois, na acareação do ACM com a "doutora" Regina (doutora em quê, afinal?) e o Arruda. Este, aliás, também foi vítima dos rapazes do Casseta e Planeta, apresentado como um chorão profissional.
O conjunto do programa foi um colírio para nossos olhos vermelhos de vergonha por tanta canalhice.

A outra atração da emissora, programa da série "Brava Gente", apresentou humor de ordem diversa. Tratava-se de um texto original de Oduvaldo Vianna Filho, um dos maiores dramaturgos que esse país já teve, e que mostrava a situação tragicômica de um casal pobre, morador de favela (uma favela de outros tempos, sem traficantes e chacinas, apenas com o assaltante da comunidade), que se vê às voltas com um tio morto e não encontra o dinheiro do falecido necessário para realizar seu próprio enterro.

Foi um festival de excelentes diálogos e de interpretação, a começar pelo "morto", o grande Flávio Migliaccio, que emprestou todo seu talento a um personagem que passa 95% das cenas duro, imóvel e sendo transportado pra lá e pra cá por todo mundo.

Chico Diaz, Roberto Bonfim e Cininha de Paula também tiveram a chance de mostrar o que sabem de interpretação, enquanto Francisco Milani dava um show à parte no papel de um encanador surdo _que afinal encontra o dinheiro do morto escondido num cano esntupido.

Momento raro de teledramaturgia da melhor qualidade, na verdade uma compensação para os "No Limite", "Estrela-Guia" ou "Linha Direta" que a própria Globo impõe aos pobres telespectadores.

***************************

Depois da tal acareação de quinta-feira não resta mais dúvida alguma: mentira é moeda farta e corrente naquela que deveria ser a mais sóbria casa do legislativo nacional, o Senado. Uma indignidade que deve, precisa ser punida. Resta saber se os demais senadores têm moral (e coragem) para isso.

Ou vai sobrar só para a "doutora" Regina?

***************************

Besteirol da Internet

A seguir, mais uma seleção do melhor besteriol que rola na internet, seleção essa extraída da farta colaboração enviada pelos leitores.

Clique e divirta-se

Frases que uma mulher nunca vai falar

Mentiras do dia-a-dia

Por que o frango cruzou a estrada?

Jovem paulistano

Lendas do jornalismo

Novas leis de Murphy

Como seriam os filhos destes casais

A dança do ventre

PS - O advogado Fernando Gouveia manda e-mail afirmando ser ele o autor do besteirol Tolerância Zero, aqui veiculado na coluna passada.

luiz caversan

Luiz Caversan é jornalista e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos 'Cotidiano', 'Ilustrada' e 'Dinheiro', entre outras funções. Escreve aos sábados.

 

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página