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luiz caversan

 

24/11/2001 - 00h00

Sobre a necessidade de sair daqui

Que atire a primeira pedra aquele que não sofreu por estar aqui e agora, neste mundo insano, lutando contra as intempéries de uma existência conflituosa que tem por fim o grande nada que significa, para o ser humano enquanto matéria pensante, a morte que virá.

Mesmo os que crêem, os que esperam um fim mais dignificante e compensador para as penas que aqui pagamos, também esses certamente já tiveram seus momentos de: "Parem o mundo que eu quero descer".

Como isso é impossível, claro, cada qual busca seus subterfúgios para amenizar as agruras de uma existência necessariamente doída, tanto mais quanto lemos jornais, vemos a miséria nas ruas, sabemos das atrocidades dos nossos queridos "irmãos", constatamos nossa impotência diante disso tudo.

Uns rezam, outros enlouquecem, alguns usam drogas.

A comentarista esportiva e apresentadora de TV Soninha está sendo crucificada por ter dito a uma revista que é usuária eventual de maconha.

Não sei suas razões pessoais para fazê-lo. Mas são isso mesmo, razões pessoais, e portanto não dizem respeito a mais ninguém.

Muitos, milhares, dezenas de milhares são usuários da maconha (êta nome feio!), no Brasil e no mundo.

Buscam, por intermédio da erva que ameniza as dores do mundo e colore o preto-e-branco da existência, o chamado "plus" para ir em frente.

É divertido e não faz tão mal assim _o pior dos males, creio, é alimentar a criminalidade que só existe por causa da ilegalidade.

Assim como outros vão mais fundo, e se afundam legalmente com o álcool, ou mais ilegalmente ainda com as drogas pesadas, a cocaína dos pseudo-poderosos urbanos e a heroína dos que transformam seus sentimentos em esponja.

Esses últimos são os mais radicais.

Como o foi o magnífico trumpetista e cantor Chet Baker, de quem acaba de ser publicada uma biografia, na qual está escancarada sua morte lenta e gradual.

Lenta, gradual e absolutamente brilhante, já que ao longo de toda sua vida de dependente ele nunca deixou de ser um gênio. Apenas no finalzinho, pouco antes de despencar de uma janela de hotel em Amsterdã aos 58 anos, seu brilho já esmaecia.

Mas, no fundo, acredito firmemente, estamos todos em permanente procura de algo que nos faça aceitar minimamente a infinidade de nãos que nos rodeiam.

Por isso, seja lá que tipo de droga que consumamos da heroína à televisão, da maconha ao Big Mac somos todos iguais nessa busca.

Ainda que muitos não se dêem conta disso.

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Xô, baixo astral.

Ria um pouco, se puder, com as bobagens inocentes que rolam nos e-mails, em mais uma sessão do BESTEIROL DA INTERNET - MELHORES MOMENTOS

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luiz caversan

Luiz Caversan é jornalista e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos 'Cotidiano', 'Ilustrada' e 'Dinheiro', entre outras funções. Escreve aos sábados.

 

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