Publicidade
Publicidade
luiz caversan
Eleitor obedeceu a Maluf
Uma das surpresas da eleição de ontem foi a derrota de Paulo Maluf, que amarga seu quarto fracasso na disputa para o governo de São Paulo.
Pouco mais de um mês atrás, era impensável que ele não fosse para o segundo turno.
Chegou a ter mais votos que Geraldo Alckmin (PSDB) e José Genoino (PT) juntos: 40% contra 34% dos dois outros.
Mas sua candidatura não se sustentou e ele caiu continuamente: 35%, 29%, 26%, 26% e 24%.
O que tirou Maluf da disputa? Diz o historiador Marco Antônio Villa que Maluf perdeu suas principais bandeiras, que ele foi governador há muito tempo e que suas bases municipais se pulverizaram.
Maluf também perdeu a exclusividade sobre o apelo ao combate à violência, discurso que foi assumido com veemência pelo petista Genoino.
Mas há, sobretudo, o fator Pitta. Tanto Villa quanto o cientista político Fernando Abrucio acham que o malufismo padece dos efeitos da crise Maluf-Pitta, escândalo ocorrido na gestão do segundo, afilhado do primeiro, na Prefeitura de São Paulo.
Trata-se de um fenômeno que afetou o comportamento dos eleitores, com reflexos já sentidos em 98, quando Maluf perdeu o governo do Estado para Covas, e em 2000, ocasião em que ficou atrás de Marta Suplicy na prefeitura.
Pelo visto nas urnas ontem, boa parte do eleitorado continua levando a sério, seis anos depois, aquela recomendação de Maluf: "Se Pitta não for um bom prefeito nunca mais votem em mim."
Luiz Caversan é jornalista e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos 'Cotidiano', 'Ilustrada' e 'Dinheiro', entre outras funções. Escreve aos sábados.
As Últimas que Você não Leu
Publicidade