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luiz caversan

 

15/03/2003 - 00h00

Nossa guerra

Enquanto o mundo inteiro se mobiliza contra a guerra no Oriente, nós aqui assistimos impassíveis, impotentes, abestalhados à guerra que se desenvolve no nosso próprio quintal.

Guerra de múltiplas batalhas, nas quais os vencedores têm sido as forças do mal, e não se trata aqui nem de Bush nem de Sadam _este, aliás, cujas atrocidades vêm ficando em segundo plano por conta da fúria bélica americana.

Estamos em guerra, e o principal cenário das batalhas é, como se sabe, o Rio de Janeiro. Há vítimas das forças legais _mais de 20 policiais já morreram só este ano (quase um a cada dois dias) e o número de civis aumenta mais e mais. Jovens, empresários, jornalistas...

Agora, numa expansão audaciosa e feroz de sua ação, as forças do mal exterminaram o juiz responsável pelos destinos de seu "comandante-em-chefe".

O assassinato a tiros em Presidente Prudente do juiz Antonio José Machado Dias, a quem caberia conceder ou não regalias a traficante Fernandinho Beira Mar, é uma afronta revoltante, um ato de covardia e de beligerância que mereceria ação imediata da população, passeatas e atos públicos de protesto, sem falar na ação conjunta e firme das forças policiais.

Não é mais o caso de traficantes defendendo seu negócio quando a atividade criminosa está em perigo. Não, é algo muito, muito mais grave: eles partiram para o ataque!

Anos atrás a Itália viveu situação semelhante. A Colômbia ainda vive. E, se no primeiro caso a mobilização efetiva da sociedade mostrou que há como enfrentar esse mal, no segundo vive-se o inferno da guerra de guerrilha sem fim por conta da inoperância diante da ação criminosa.

Trata-se de uma questão de escolha.

A resposta tem que ser dada pronta e firmemente. No mínimo porque agora quem morreu foi um juiz.

Não é possível permitir que eles avancem mais sobre nossa cidadania.

luiz caversan

Luiz Caversan é jornalista e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos 'Cotidiano', 'Ilustrada' e 'Dinheiro', entre outras funções. Escreve aos sábados.

 

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