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luiz caversan

 

10/10/2009 - 15h19

Facebook versus estilo

Não é possível, pelo menos por enquanto, saber no que vai dar essa fantástica onda de comunicação imediata por intermédio das redes sociais no que diz respeito ao meio mesmo da comunicação, que são as palavras, o texto.

Muito já se tem dito, contra e a favor, sobre os tais 140 caracteres obrigatórios do Twitter e sua fulminância, que pode até chegar a ser momentaneamente literária, mas que em geral é apenas banal.

Eu, por exemplo, perdi logo o interesse, justamente por conta da banalidade. Minha banalidade, que fique claro, uma vez que estava me pegando frequentemente postando informações que no fundo não eram relevante nem mesmo para mim. Como já se vai longe o tempo em que me permitia jogar muita conversa fora, quem caiu fora fui eu. Twitter agora só de vez em quando e quando neste quando houver o que dizer...

Mas o encantamento atual está no entorno da maior consistência do Facebook, no qual, além da comunicação imediata e do feedback absurdamente rápido, há a possibilidade de contextos maiores, como fotos, filmes, jogos etc., fora os diálogos mais prolongados.

O texto, no entanto, permanece em geral curto, ligeiro. Porém não necessariamente raso, uma vez que replica-se treplica-se e insere-se um volume a rigor infinito de informações, de um tema vai-se a outro, e uma grande conversa se estabelece, conversa essa que não é mesmo de se jogar fora.

Estamos todos para entender direito o que está-se vivendo nesta seara da comunicação pessoal, e o melhor a fazer é permanecer aberto a todas as possibilidades, creio.

No entanto me incomoda a ligeireza excessiva da palavra escrita, como se de repente a elaboração, o primor, o capricho, a norma culta fossem dispensáveis.

Não é dispensável cada um, não o são todos esses quesitos.

E talvez estejamos aqui diante do grande desafio a se perseguir: hay que postar sin perder lo estilo jamás!

Será que dá?

luiz caversan

Luiz Caversan é jornalista e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos 'Cotidiano', 'Ilustrada' e 'Dinheiro', entre outras funções. Escreve aos sábados.

 

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