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nelson de sá
Toda Mídia
Gigantes e seu amor de conteúdo
A corrida ao mercado brasileiro de mídia prossegue, agora com a disputa pelo serviço Broadcast, que estaria perto de ser vendido para Standard & Poor's, Bloomberg ou Dow Jones. Procuradas, as três negam.
Em Brasília, nos palácios, a questão é se o serviço de informações financeiras segue o mesmo estatuto dos jornais, ou seja, se poderá ser controlado por capital estrangeiro.
Mas nas últimas semanas, na realidade, foram as quatro gigantes de tecnologia que saltaram à frente, na corrida.
Começou com o anúncio da Microsoft de que investirá US$ 100 milhões num centro de pesquisa no Rio, ao longo dos próximos anos.
Pouco tempo depois, a Apple confirmou que prepara a abertura de uma Apple Store, também no Rio, ainda sem data. Ainda busca, por exemplo, a participação dos jornais brasileiros no Newsstand.
E na última quarta-feira, com poucas horas de diferença, a Amazon lançou a Kindle Store e o Google respondeu abrindo sua loja de livros em português no Google Play.
No enunciado irônico do Engadget, "Amazon e Google despejam amor de conteúdo sobre o Brasil".
Mal saiu o anúncio das duas gigantes americanas e duas gigantes chinesas, Acer
(Taiwan) e Lenovo (China continental), apareceram com projetos para abrir fábricas de computadores e tablets no país.
Segundo o Digitimes, "embora o Brasil também esteja sofrendo de performance econômica fraca, como a sua taxa de penetração de computadores é só de 20%-21%, muito abaixo dos mais de 70% dos EUA e da Europa, as produtoras são otimistas com o potencial de negócios no futuro".
Do "New York Times", ao anunciar seu site em português, à Acer, agora, o motivo é o mesmo: o consumidor brasileiro mal entrou na era da informação. Está pronto para gastar muito mais.
*
Amy Mitchell, diretora do Project for Excellence in Journalism, do Pew, maior referência em pesquisa sobre o futuro do jornalismo nos EUA, esteve na semana passada em São Paulo, para o MediaOn.
Veio abordar um futuro específico, para mídia & tecnologia: os aparelhos móveis, tablets e smartphones.
É possível acessar sua entrevista, sua exposição na última quarta e o estudo que ela cita, feito junto com a "Economist", "A explosão das audiências de aparelhos móveis e um olhar sobre o que significa para o jornalismo".
Segundo Mitchell, significa mais leitura de notícias e uma leitura mais aprofundada, de textos longos. Significa também a sobrevivência da "serendipidade", a qualidade de fazer descobertas de outros fatos e temas por acaso, característica do leitor do jornal impresso.
Novamente, só agora o consumidor brasileiro começa a entrar no que ela chama de "era dos aparelhos móveis". Mas os números prometem, com crescimento perto de 300%, de um ano para o outro.
Nelson de Sá escreve sobre mídia e cultura. Publicou 'Divers/idade', com seus textos de teatro, e a coletânea 'Diário da Corte', com textos de Paulo Francis. Escreve também o blog Cacilda.
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