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nizan guanaes

 

30/10/2012 - 03h00

O brasileiro do ano

DE SÃO PAULO

A revolução no Brasil não acontece com os cidadãos pegando em armas, mas pegando em cartões de crédito.

O Brasil tem uma nova geração de consumidores que não quer apenas produtos e serviços básicos. Eles conquistaram acesso ao que antes era distante e inalcançável e não admitem regresso. Querem produtos excitantes, de maior valor e maior encantamento.

Esse é o grande fenômeno do novo mercado brasileiro. O caminho aberto para as empresas, os produtos e as marcas crescerem de forma sustentável por muitos anos.

São transformações abrangentes e profundas, de longo prazo, que estão apenas começando.

Mais de 70% das famílias brasileiras se declararam em melhor situação financeira em 2011 do que em 2010. E, em 2012, a renda e o emprego continuaram crescendo.

A nova classe média brasileira pode parecer um conceito surrado, mas ela mal começou a transformar a economia, o país e o seu negócio.

Por isso, não há multinacional no mundo que não esteja olhando para o consumidor brasileiro com interesse e apetite.

Num mundo de modesto crescimento, os gastos dos brasileiros devem crescer mais de 10% neste ano. Esse poder de consumo da nova classe média brasileira equivale ao PIB (Produto Interno Bruto) somado de Argentina e Colômbia, os dois maiores países da América do Sul depois do Brasil.

É um novo consumidor cada vez mais sofisticado. A base da pirâmide não sonha em ser a base, sonha para cima. Ela quer comprar o que não comprava, de iogurtes a carros a entretenimento. Não há gôndola no supermercado nem setor da economia que não seja afetado.

Para os que gostam de números, eles são abundantes.

O mercado brasileiro de produtos de higiene e beleza, por exemplo, já está entre os três maiores do mundo, depois dos Estados Unidos e do Japão e à frente dos sofisticados países da Europa.

As mulheres brasileiras já consomem duas vezes mais condicionadores de cabelo do que as americanas, ou 19 vezes mais quando comparadas com as russas, 20 vezes mais em relação às chinesas.

O Brasil também está se consolidando como o maior consumidor mundial de perfumes e desodorantes. E o crescimento desses produtos se dá justamente entre os itens mais caros da linha.

São mudanças de consumo tão abrangentes que as oportunidades aparecem em toda parte: de comidas congeladas à educação ao uísque escocês, cujas vendas no Brasil cresceram mais do que em qualquer lugar do planeta: uma alta de 48% em 2011, puxada pelo Nordeste.

Os brasileiros estão também dando um "upgrade" em suas novas casas e em suas garagens.

Mais de 34% da classe média brasileira têm aparelhos de TV de plasma ou LCD na sala. E estão trocando os modelos mais baratos de carros por modelos mais sofisticados, com mais acessórios.

Mas não falamos apenas da aquisição de produtos.

Os brasileiros e as brasileiras já gastam mais consumindo serviços do que consumindo produtos. O número de brasileiros matriculados em academias de ginástica subiu de 4,7 milhões para 5,4 milhões de 2010 para 2011. Os planos de saúde privados já estão ao alcance de grande parte da nova classe média.

O setor deve crescer 11% neste ano, atraindo cada vez mais investidores estrangeiros. Já com a explosão na venda de carros explodiu a venda de seguros automotivos.

E os gastos da classe média com viagens subiram 242% de 2002 a 2010. Pela primeira vez, os brasileiros estão pegando mais avião do que ônibus para viajar pelo país.

Como vemos, os exemplos da grande emergência do consumidor brasileiro não param de aparecer. É uma nova geração de consumidores que não quer apenas produtos e serviços básicos. Eles querem produtos e serviços de alto valor, excitantes, charmosos.

Elenco isso tudo no fim de um ano duro, no momento em que se planeja 2013, para que em seu planejamento haja um lugar central para o brasileiro do ano, deste e dos próximos: o novo consumidor.

nizan guanaes

Nizan Guanaes publicitário baiano, é dono do maior grupo publicitário do país, o ABC. Escreve às terças-feiras, a cada duas semanas.

 

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