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luiz rivoiro

 

07/11/2010 - 07h00

Rock and Roll

Dos badulaques que trouxemos da Disney, nenhum me fez mais feliz do que a o game "Guitar Hero - Warriors of Rock". Não que tenha trazido toneladas de bugigangas, pelo contrário. Acho até que fomos comedidos perto das toneladas de bagagem extra que os conterrâneos ensandecidos pela farra do dólar baixo tentavam despachar no check-in do aeroporto de Orlando. Mas isso não vem ao caso. Cada um, cada um, como se diz na minha terra. Voltando ao GH, o fato é que o jogo (na sua versão para Wii) virou mania lá em casa. E, o melhor de tudo, uma verdadeira fonte de inspiração para os meninos, que passaram a adorar, ainda mais, o rock and roll!

Agora, praticamente todos os dias, eu e o João disputamos na guitarra para ver quem tem a melhor performance. O Pedro, ainda pequeno para tocar o instrumento, acompanha tudo dançando. Ou, mais justo dizer, pulando de um lado para outro. Preciso confessar que ainda estamos no modo iniciante, aquele que só a mão direita se movimenta, tentando acertar os acordes que percorrem feito arrepios a tela da TV. Já tentei passar para a modalidade mais avançada, mas logo percebi que não estava pronto. Nas poucas vezes que me aventurei, me confundi com as teclas amarela, azul e vermelha, deixei passar a hora de clicar, não pressionei por mais tempo para marcar os acordes mais longos, enfim, fiasco total. Mas não tem grilo, logo chego lá. Por enquanto, estamos arrasando na feliz condição de calouros, com disputas cada vez mais acirradas em altíssimo volume.

Não é a primeira vez que jogamos GH. Já tínhamos brincando uma vez na casa de um amigo que possui a banda toda, incluindo, além da guitarra, a bateria e o microfone. Os meninos haviam adorado aquele legítimo final de tarde R&R e eu tinha ficado com a ideia na cabeça de que, quando surgisse a oportunidade, compraria um game semelhante. Só preferi me ater à guitarra, visto que a bateria se apresentava como um verdadeiro trambolho para carregar e o microfone, dado o sofrível desempenho de todos meus amigos e namoradas no karaokê, exigia prudência no uso. Com duas crianças quase hiperativas em casa e um vizinho com um bebê de colo no andar de baixo, optei por "esquecer" do tal microfone. Sábia decisão.

Nessa edição do game, há uma grande variedade de bandas e músicos. De Neil Young a The Cure, passando por Rolling Stones, REM, White Stripes, Dire Straits, Queen, Twisted Sister e até o metal pesado do Rammestein. Esta, por sinal, uma das bandas preferidas do João na hora de esmerilhar na guitarra. E as disputas têm sido duras, nas quais tenho levado uma estreita vantagem. Por quanto tempo, não sei, dada a dedicação do garoto. Mas ele que se esforce porque não vou entregar nada de bandeja não!

O interessante é que a brincadeira serviu para instigar o garoto a não apenas tocar as músicas defronte à TV, mas também a pesquisar na internet suas letras. Agora, ele anda pela casa, e por onde quer que vá no final de semana, com o bolso cheio de papéis com as letras das suas músicas favoritas. Quando sobra um tempo, ele aproveita para cantar, não importando a complexidade e o idioma. Tanto que no final de semana passado, fizemos uma pequena sessão de gravação de vídeos em casa com o João cantando e o Pedro dançando (de novo, leia pulando!) ao fundo. Aos hits do GH, juntaram-se clássicos de Michael Jackson e do Blues Brothers, que ele conheceu graças a um hilário episódio da telessérie Drake & Josh. E, quer saber? O menino mandou muito bem! Surpreendente até para o pai coruja aqui. Além de cantar, ele se esmera na coreografia e no figurino, também inspirado nos Irmãos Cara-de-Pau. "Cool" até não poder mais.

Para o Natal, já descolei mais uma versão do game, com mais músicas e incluindo outras bandas preferidas do garoto, como Iron Maiden, AC/DC e mais Rolling Stones. Resta saber como serão as próximas performances. A julgar pelo "preview", Mick Jagger que se cuide!

Luiz Rivoiro

Luiz Rivoiro, 42 anos, é pai de João, 8, e de Pedro, 4. Jornalista, trabalhou na "Folha de S.Paulo" por 14 anos. É editor da revista "Playboy" e autor do livro "Pai É Pai - Diário de um Aprendiz". Escreve quinzenalmente para a Folha.com.

 

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