Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 

patrícia campos mello

 

11/11/2011 - 17h53

Sinal de alerta na China

Sinais inquietantes vêm da China. Em outubro, as exportações chinesas tiveram a menor alta em quase dois anos, afetadas pela desaceleração nos EUA e pela crise na União Europeia. Indústrias chinesas já falam em demissões e redução de produção.

Para nós, brasileiros, muitíssimo dependentes da China como compradora das nossas commodities, isso é péssima notícia.

Quando a crise bater mesmo na China, ela vai reduzir suas importações de matérias primas, e aí nós vamos sentir com força as repercussões da desaceleração mundial.

Ao mesmo tempo, há dados animadores. A última Carta Brasil-China, do Conselho Empresarial Brasil China, mapeia os investimentos chineses no Brasil neste ano.

Antes muito concentrados em indústria extrativa e recursos naturais, os investimentos chineses agora estão mais direcionados para o setor de manufatura.

Dos US$ 7,14 bilhões anunciados de janeiro ao fim de outubro, em 16 projetos, 55% vão para manufatura, e 13% para recursos naturais. Destes, 43,75% são para o setor automotivo e 12,5% para o eletroeletrônico.

Como disse o economista Antonio Barros de Castro, que morreu neste, "com a recente dinamização do mercado brasileiro de consumo, estão se multiplicando as aplicações chinesas de pequeno e médio porte na esfere de manufaturas".

Ou seja, os chineses também estão tentando fazer "hedge" (proteção). Testemunhando o declínio dos mercados consumidores da Europa e EUA, tradicionalmente seus maiores alvos, eles buscam se posicionar no Brasil.

Seria bom o Brasil também estar fazendo seu "hedge", procurando não depender tanto da venda de matérias-primas para a China e explorar mercados para suas manufaturas.

patrícia campos mello

Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha e escreve para o site, às sextas, sobre política e economia internacional. Foi correspondente em Washington durante quatro anos, onde cobriu a eleição do presidente Barack Obama, a crise financeira e a guerra do Afeganistão, acompanhando as tropas americanas. Em Nova York, cobriu os atentados de 11 de Setembro. Formou-se em Jornalismo na Universidade de São Paulo e tem mestrado em Economia e Jornalismo pela New York University. É autora dos livros "O Mundo Tem Medo da China" (Mostarda, 2005) e "Índia - da Miséria à Potência" (Planeta, 2008).

 

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página