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paula cesarino costa

 

15/05/2012 - 03h00

Sonho e pragmatismo eleitoral

RIO DE JANEIRO - Bem ao contrário do caso paulistano, a campanha eleitoral carioca dá sinais de que poderá acabar sem praticamente ter existido. Com Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, como favorito, o que se discute é se a oposição conseguirá levar a disputa para o segundo turno. O debate parece distante da maior parte do eleitorado.

Candidato dos artistas, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que deve ter como vice o músico Marcelo Yuka, sonha repetir o desempenho de Gabeira em 2008 -perdeu para Paes por apenas 0,5% dos votos. Com a CPI das Milícias e as ameaças à sua vida no currículo, apresenta-se como puro, sem alianças partidárias, sem apoio financeiro de empresas. Parece o PT em seus primórdios.

Lula perdeu três eleições presidenciais até fazer concessões ideológicas e políticas que o transformaram.

O petista da primeira eleição, entre radical e ingênuo, lembra o candidato do PSOL, que tem o apoio de Caetano Veloso. Em artigo no "Globo", o músico declarou voto e escreveu que "da afirmação de gente como ele depende a política brasileira".

O Lula conciliador da quarta eleição, que conquistou a Presidência, tem perfil próximo ao do candidato ideal defendido por Fernanda Torres. Em coluna na Folha, defendeu que "a candidatura para um cargo administrativo como a prefeitura exige a abertura para o interesse privado".

É um dilema que o deputado do PSOL terá de enfrentar. Quanto ceder para tornar-se viável eleitoralmente?

Paes tem muitas obras, graças a Lula e Dilma, muito dinheiro, graças à lógica de ação dos Cavendish e assemelhados, que se alimentam de verba pública e de muito tempo na TV, desde já, antes da campanha oficial.

É o debate entre duas gerações. Uma mais sonhadora, utópica. Outra mais pragmática, descrente. Engraçado é que a ideia conservadora esteja entre jovens, e a reformadora, entre os mais velhos.

paula cesarino costa

Paula Cesarino Costa é jornalista. Paulistana, é diretora da Sucursal do Rio da Folha desde 2004. Desempenhou várias funções desde que entrou no jornal em 1987. Foi secretária de Redação, editora de política, de negócios e de cadernos especiais e coordenadora de treinamento. Escreve às quintas na página 2 da versão impressa da Folha.

 

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