Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 

rodrigo bueno

 

28/08/2012 - 03h00

A tática é a estrela

Um campeonato nacional começou com sete esquemas táticos diferentes. Teve muito 4-3-3 (oito times) e um bom número de 3-5-2 (cinco). Variações não faltaram: o cada vez mais usado 3-5-1-1 (opção de três equipes) não impediu a escalação do 4-4-1-1, do 4-3-1-2, do 4-3-2-1 e até do romântico 4-2-4.

Não é difícil imaginar, por razões históricas e atuais, qual é esse "campeonato da tática". O calcio sempre foi uma forma diferente de se ver e entender o futebol e, numa época em que outras ligas vivem fase mais endinheirada, os nomes de peso dão ainda mais lugar à prancheta. Se o Italiano não tem hoje o poderio do Inglês nem esbanja como Barça, Real e Paris Saint-Germain, a compensação vem exatamente no equilíbrio dos times e na disputa de esquemas.

A escola de técnicos da Itália mantém sua tradição com nomes relativamente novos, como Ciro Ferrara (Sampdoria), 45, Giovanni Stroppa (Pescara), 44, Vincenzo Montella (Fiorentina), 38, e Andrea Stramaccioni (Inter), 36, todos forjados como treinadores na base de clubes importantes, como Inter, Milan e Roma, ou mesmo na Azzurra.

Antonio Conte, o comandante que ostenta o scudetto e que leva total favoritismo para a temporada, ficará suspenso por dez meses, o que apimenta ainda mais esse mosaico tático. Tem vez um sério veterano das ideias, o tcheco Zdenek Zeman (Roma), e uma das figuras mais folclóricas do banco de reservas, o cômico Serse Cosmi (Siena). Se o primeiro (adepto de visual mais formal) é um convicto defensor do 4-3-3, esquema "geométrico" que está na moda na Itália, o segundo é um dos que curtem sistema com três zagueiros (não tanto quanto gosta de boné e gestos exagerados).

Massimiliano Allegri, que já teve a satisfação de faturar scudetto com o Milan numa fase de pouca badalação e muito nivelamento, agradeceu cedo demais a sua diretoria por segurar Ibra e Thiago Silva. Agora, com as saídas dos craques e as limitações de seu time, terá prova ainda maior como treinador.

As ligas mais badaladas da Europa foram conquistadas neste ano por técnicos italianos, mas Roberto Di Matteo (Chelsea) e Roberto Mancini (Manchester City) dispunham de inúmeras e ótimas opções. A Série A vive outra realidade e será mais uma temporada desafiadora para esse tático futebol italiano em termos internacionais, mas o calcio, como a última Eurocopa não deixa mentir, encontra forças e soluções quando pouco se espera dele.

Curioso ver que quem tem dinheiro de sobra, pode ser na França (Carlo Ancelotti no PSG), na Rússia (a seleção é de Fabio Capello) ou na China (Marcello Lippi responde pelo Guangzhou Evergrande), aposta na prancheta italiana. Certamente porque no calcio, mesmo com pouca grana, há sempre uma estrela em campo: a tática.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

rodrigo bueno

Rodrigo Bueno, jornalista e comentarista do canal FoxSports, analisa o futebol internacional desde 1997. Trabalhou na Folha de 1995 a 2012. Escreve às terças na versão impressa de Esporte.

 

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página