Publicidade
Publicidade
rodrigo bueno
A tática é a estrela
Um campeonato nacional começou com sete esquemas táticos diferentes. Teve muito 4-3-3 (oito times) e um bom número de 3-5-2 (cinco). Variações não faltaram: o cada vez mais usado 3-5-1-1 (opção de três equipes) não impediu a escalação do 4-4-1-1, do 4-3-1-2, do 4-3-2-1 e até do romântico 4-2-4.
Não é difícil imaginar, por razões históricas e atuais, qual é esse "campeonato da tática". O calcio sempre foi uma forma diferente de se ver e entender o futebol e, numa época em que outras ligas vivem fase mais endinheirada, os nomes de peso dão ainda mais lugar à prancheta. Se o Italiano não tem hoje o poderio do Inglês nem esbanja como Barça, Real e Paris Saint-Germain, a compensação vem exatamente no equilíbrio dos times e na disputa de esquemas.
A escola de técnicos da Itália mantém sua tradição com nomes relativamente novos, como Ciro Ferrara (Sampdoria), 45, Giovanni Stroppa (Pescara), 44, Vincenzo Montella (Fiorentina), 38, e Andrea Stramaccioni (Inter), 36, todos forjados como treinadores na base de clubes importantes, como Inter, Milan e Roma, ou mesmo na Azzurra.
Antonio Conte, o comandante que ostenta o scudetto e que leva total favoritismo para a temporada, ficará suspenso por dez meses, o que apimenta ainda mais esse mosaico tático. Tem vez um sério veterano das ideias, o tcheco Zdenek Zeman (Roma), e uma das figuras mais folclóricas do banco de reservas, o cômico Serse Cosmi (Siena). Se o primeiro (adepto de visual mais formal) é um convicto defensor do 4-3-3, esquema "geométrico" que está na moda na Itália, o segundo é um dos que curtem sistema com três zagueiros (não tanto quanto gosta de boné e gestos exagerados).
Massimiliano Allegri, que já teve a satisfação de faturar scudetto com o Milan numa fase de pouca badalação e muito nivelamento, agradeceu cedo demais a sua diretoria por segurar Ibra e Thiago Silva. Agora, com as saídas dos craques e as limitações de seu time, terá prova ainda maior como treinador.
As ligas mais badaladas da Europa foram conquistadas neste ano por técnicos italianos, mas Roberto Di Matteo (Chelsea) e Roberto Mancini (Manchester City) dispunham de inúmeras e ótimas opções. A Série A vive outra realidade e será mais uma temporada desafiadora para esse tático futebol italiano em termos internacionais, mas o calcio, como a última Eurocopa não deixa mentir, encontra forças e soluções quando pouco se espera dele.
Curioso ver que quem tem dinheiro de sobra, pode ser na França (Carlo Ancelotti no PSG), na Rússia (a seleção é de Fabio Capello) ou na China (Marcello Lippi responde pelo Guangzhou Evergrande), aposta na prancheta italiana. Certamente porque no calcio, mesmo com pouca grana, há sempre uma estrela em campo: a tática.
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br
Rodrigo Bueno, jornalista e comentarista do canal FoxSports, analisa o futebol internacional desde 1997. Trabalhou na Folha de 1995 a 2012. Escreve às terças na versão impressa de Esporte.
+ CANAIS
+ ESPORTES
- Sharapova atropela húngara na estreia do Aberto dos EUA
- Após polêmica com a diretoria, Ganso não vê mais clima para ficar no Santos
- Longe da F-1 e perto do Rio, FIA lança campeonato de carros elétricos
- Juiz relata ataque de celular, bateria e camiseta no clássico mineiro
- Brasil vai jogar às 15h45 no feriado e às 22h na segunda-feira
- Real Madrid paga cerca de R$ 76 mi por croata rival de Kaká
As Últimas que Você não Leu
Publicidade