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07/01/2013 - 03h00

Brasil se alinha a China e Irã em leis da internet

O mundo se dividiu por causa da internet no mês passado. A razão é a conferência realizada em Dubai para atualizar o tratado internacional das telecomunicações.

Várias questões surgiram: deve a internet ser regulada por um tratado? Deve essa regulação ser feita pela ONU?

Uma "Guerra Fria" surgiu na resposta a esses pontos. Grupo de países liderado por China e Rússia disse sim a ambos.

Isso fez com que outro grupo, liderado pelos EUA, pulasse fora e se recusasse a assinar o texto aprovado.

O pivô da discórdia é que hoje a internet é governada por uma instituição chamada ICANN, que tem laços com o governo dos EUA.

É claro que isso precisa mudar. Mas a solução não é entregar a regulação para a ONU. Bem ou mal, decisões sobre a rede hoje são plurais: participam delas governos, empresas, usuários e ONGs.

Se a ONU assumir, só governos opinarão. A consequência foi sentida em Dubai: membros de ONGs sem cadastro governamental foram expulsos das reuniões.

E a ONU já começou mal. Aprovou texto que abre as portas para a censura, como um dispositivo sobre a chamada "inspeção profunda de pacotes", técnica usada por países como China e Irã para vigiar cidadãos. Países como Afeganistão, China, Rússia e Irã assinaram embaixo.

O Brasil foi junto com eles. É uma pena. Perdemos a oportunidade de liderar com nossos princípios. De mostrar que estamos comprometidos com uma rede livre e aberta.

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Ronaldo Lemos é diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro e do Creative Commons no Brasil. É professor de Propriedade Intelectual da Faculdade de Direito da UERJ e pesquisador do MIT Media Lab. Foi professor visitante da Universidade de Princeton. Mestre em direito por Harvard e doutor em direito pela USP, é autor de livros como 'Tecnobrega: o Pará Reiventando o Negócio da Música' (Aeroplano) e 'Futuros Possíveis' (Ed. Sulina). Escreve às segundas.

 

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